quinta-feira, junho 29, 2006

Menino


Qdo eu era pequenino
quase não era criança
deram-me logo o destino
de não ter solo nem tino
de não ter fé nem esperança.


Percorri tantos caminhos
tantas fronteiras eu vi
e os meus pés pequeninos
que nunca foram meninos
foram daqui e dali.


Todo o meu mundo existente
ficou suspenso na infância
algo em mim ainda sente
tocando-me, docemente
como uma doce fragância ...

(César Afonso ... um colega de trabalho)

quarta-feira, junho 28, 2006

Amarelo ... a cor da Amizade :-p)


Quando eu era criança ouvia frequentemente a expressão "que seria do amarelo se não fosse o mau gosto"?!? Recuando no tempo, não consigo estabelecer o momento exacto em que elegi este tom o meu preferido, nem tão pouco me é agora possível recordar se à época comentários deste género tinham alguma ligação com a minha "escolha". A verdade é que há muito tempo elegi a côr amarela de entre todas as outras!
Esses tons aquecem-me ... animam-me ... alegram-me e, qdo misturados com os vários tons de verde e uns pozinhos de tons terra dão uma combinação perfeita.

É engraçado reparar como o amarelo deixou de ser aquela "coisa de mau gosto" ganhando estatudo especial para passar a estar associada à Amizade como se fosse possível associar a esta, apenas uma cor!

Atitude





Ce
cília de Meireles




Minha esperança perdeu seu nome...
Fechei meu sonho, para chamá-la.
A tristeza transfigurou-me
como o luar que entra numa sala.

O último passo do destino
parará sem forma funesta,
e a noite oscilará como um dourado sino
derramando flores de festa.

Meus olhos estarão sobre espelhos, pensando
nos caminhos que existem dentro das coisas transparentes.

E um campo de estrelas irá brotando
atrás das lembranças ardentes.


Amiga(o)s, na impossibilidade de deixar aqui o texto
que há dias vos prometo, recorri a estes belos Poemas
que uma Amiga me deu a conhecer :-o)

segunda-feira, junho 26, 2006

Memórias duma Benguelense

Pedi à minha Colega e Amiga "Africana" (tb conhecida por "Ana Bolena") para escrever um "post" sobre a " sua tão amada África" ... aqui fica o seu testemunho)

INFÂNCIA INESQUECÍVEL
POR TERRAS DE ÁFRICA

Dia 17 de Maio. A velha Cidade das Acácias Rubras está em festa! Festeja os seus 386 anos de idade.

A cidade de Benguela é conhecida pela cidade das Acácias Rubras, pelo números de acácias vermelhas que se encontram espalhadas por toda a cidade. E são famosas as suas praias, A CAOTA, A CAOTINHA, A BAÍA AZUL, A BAÍA FARTA, A PRAIA DO ALEXANDRINO E A MAIS CONHECIDA TALVEZ, A PRAIA MORENA com as suas casuarinas, um tipo de pinheiro onde as pinhas cabem na palma da mão. Para quem não conhece...


BENGUELA
Por volta de 1601 desembarcaram os primeiros portugueses, nesta província litoral de Angola. Pouco tempo depois, Manuel Cerveira Pereira, funda S. Filipe de Benguela que passaria a ser o ponto de partida para o interior. Atraídos inicialmente pelo cobre, os colonos rapidamente se decepcionaram com a sua má qualidade tornando-se Benguela um centro essencialmente comercial.. Contribuíram para isso a produção de peixe seco e sal que se permutava com produtos do planalto, cereais, cera, borracha e marfim, rícino, mandioca, gado e sisal.. Benguela tornou-se o segundo centro comercial mais importante do país, depois de Luanda; era o ponto de partida e chegada das caravanas de permuta. Rapidamente se formaram à sua volta centros de população. Com a construção do caminho de ferro, tornou-se o motor do desenvolvimento da região centro sul do país.
A queda internacional da cotação do sisal, muda o rumo económico de Benguela. A pesca torna-se a actividade central. A costa de Benguela era uma verdadeira mina e de Portugal chegaram os homens do mar. Os lucros eram grandes e a cidade crescia. Em 1948 entra em vigor o plano de urbanização da cidade.
A pesca levou, naturalmente, ao desenvolvimento, ainda que tardio, da indústria piscatória.
É um dos mais fortes centros culturais angolanos, não só por ser berço de uma certa intelectualidade angolana mas também porque os benguelenses são em si acérrimos defensores do seu espaço. É tida como uma das províncias mais mestiças de Angola, quer do ponto de vista racial como do cultural.

NASCIDA A
4 DE JULHO
Longe vão os tempos em que feliz saltava os muros dos quintais que circundavam a minha casa, onde existia uma variedade enorme de arvores de fruto, coqueiros, mamoeiros, goiabeiras, cana de açúcar,onde passavamos horas à sua sobra a descascar pedaços de cana e chupar o seu açúcar, bananeiras, e até uma pereira havia!
Lembro-me de ver o meu pai a hora de almoço, depois de ter começado o dia de trabalho na Panificadora de Benguela, as 5 da manha,onde era um dos sócios, fazer o trajecto da rua para o quintal e colher com todo o amor que impunha ao acto,uma pêra já madura com o sorriso mais lindo e um ar de satisfação que lhe inchava o peito, lavá-la, descascá-la e dar-nos um pedaço a cada um. Terra abençoada onde por brincaderia faziamos as nossas hortinhas e plantavamos tudo o que nos lembrava e em dias nascia, crescia e colhia-se!
As horas que passava empoleirada na mandioqueira que ali havia e praticava os malabarismos que a idade permitia, talvez pensando um dia vir a ser artista de circo!

Os sustos que pregava a minha mãe, quando me lembrava de trepar, através do alçapão que existia no tecto perto da dispensa e dava acesso ao telhado e me punha a chamá-la do lado de fora do telhado que dava para a rua e a pobre coitada que calmamente se encontrava na varanda a bordar,quaze lhe saltava o coração pela boca de me ver ali empoleirada! SEMPRE FUI UMA MIÚDA CALMA!
Do meu colégio das madres, lindo lindo lindo, não conheço mesmo outro igual, com as suas salas amplas e arejadas, as aulas de piano e de canto,a capela onde nos obrigavam a rezar e onde o rigor imperava à porporção das minhas patifarias!
Estava aqui a lemnbrar-me de... quando um dia... por ser uma menina sossegada, me puseram fora da aula e como não tinha nada que fazer...me pus a desatarrachar os parafusos do sino, mas não totalmente,( bem grandinho por sinal, feito de bronze)que era usado para bater as 12 badaladas que davam por terminadas as aulas da manhã.
Escondida fiquei a observar o efeito da minha obra!

À hora certa, la veio a irmãzinha puxar por ele e.....PUMMMMMMMMMMMMM!!
Que grande estrondo fez ao cair, até eu me assustei!!!Nem me passou pela cabeça que a podia ter matado!!
Até hoje a pobre da madre deve ter ficado a pensar o que tinha sucedido!!
E como ninguém me viu...lá passei sem ser castigada...mais uma vez!
Outra...a minha raiva à madre que lecionava a disciplina de Português era tanta, tal a sua severidade que jurei a mim mesma pagá-la por isso!

Um belo dia, durante um intervalo que antecedia uma das suas aulas,entrei na sala e pus-me a desencaixar a cadeira onde ela se iria sentar, mas não totlamente( era sempre a minha técnica) e saí sorrateiramente (já nessa altura tinha queda pela sobrevivência!A aula começou, entramos todas e sentamo-nos.Estava ansiosa para ver o que aquilo ia dar.
A dita madre,Matos de seu nome,sentou-se e abriu o livro dos sumários, escreveu o que ia dar na aula nesse dia e...até aqui tudo normal se desenrrolou, até já pensava...tanto trabalho para nada.. acabando de escrever o sumário,levantou-se e dirgiu-se para o quadro para nos ensinar a declinação de umas palavras em latim, nunca mais me esqueço...terminada que foi a explicação, dirirge-se para a secretária e sentou-se!!
Bem!!Depois de um reboliço de barulhos de algo a partir-se,que ninguém percebeu o que se estava a passar, a pobre da madre desapreceu e só se lhe via o cucuroto da touca, ficou toda enfiada dentro do espaço da secretária reservado as pernas!!NUnca ninguém percebeu o que se tinha passado!!
ahahahahahahahahahahahahaha
Tinhamos tanto medo a Madre Matos que ninguém teve a coragem de se rir !! NEM EU!!!
Ri-me mas para dentro!

Outra...
Num altura de Carnaval...ainda era no tempo em que se usava canetas de tinta permanente e o tinteiro estava mesmo no chão da secretária das professoras( madres)e aí em combinação com mais umas, para que podessemos deixar no ar a dúvida de quem tinha sido, parti 2 bombas de mau cheiro e trouxe os caquinhos na mão para o meu lugar.
Não tardou nada o cheio invadiu o ambiente e ninguém parava ali dentro!
Ainda hoje consigo lembrar-me da cara séria da madre Pires a olhar para nós, movimentando os olhos em todas as direcções!Muito altiva, sem nada dizer, levantou-se, saiu e deixou-nos la fechadas à chave!
Achava ela que ia-mos la ficar???
As salas não tinham janelas mas sim portadas que davam para umas varandas.
De gatas fomos todas para a varanda e lá ficamos até ao final da aula, altura em que regressamos para dentro e nos sentamos como se ali tivessemos permanecido o tempo todo!!Como a mesma madre nos dava 3 disciplinas e à sexta levavamos com ela três horas seguidas...estão a imaginar o ambiente nas duas horas a seguir!
SEMPRE FUI UMA MIÚDA CALMA!!!!

ELAS QUE NÃO ME DAVAM ESPAÇO!!!! OUTRA E COM ESTA TERMINO A MINHA DEMONTRAÇÃO DE MENINA CALMA!

Um dia já nem sem bem porquê, mas devia ter sido mais uma das vezes que em fui injustiçada...essa mesma madre, deu-me uma palmada no pescoço, mas com força!Até vi estrelas!!E deve ter sido por isso que....
estiquei-me toda, pois a dita senhora era bem alta, e dei-lhe um estalo com a força toda que consegui imprimir a mão!!
Ficamos a olhar-nos nos olhos uma a outra e...pensei..é desta!!Ela vai-se a mim e ....vou levar poucas!!E ainda vais levar mais da sub directora, a madre Cipriano!!
Nada aconteceu nesses segundos a seguir e pensei..será que ela se vai ficar sem resposta?!
A resposta veio a seguir, quando entramos na aula e me pediu o caderno...escreveu algo...e fiquei então a saber que ia 3 dias pra casa de férias(SUSPENSÃO)!!!
Já naquela altura se "invetavam" umas "baixas"!!
Cheguei a casa e a minha mãe tinha que ficar a saber pois tinha que assinar o dito recado!
Fui pelo caminho muito impertigada a pensar como me ia desenvencilhar de outro castigo, este dado agora pela minha mãe que também não era pera doce e passava a vida a "acertar-me o passo"!!!
Como cedo aprendi que a melhor arma de defesa era o ataque, entrei logo a reclamar que a madre tinha sido mal educada comigo etc etc etc e talvez porque a minha mãe, com a minha atitude, fosse apanhada de surpresa ... acho até que nem tempo teve para reagir...lá me safei!!!
O meu pai coitado..só abanava a cabeça, admitindo para ele mesmo que tinha uma filha #HIPER ACTIVA# e que não ia lá com tareia!!!
E cedo aprendeu que comigo funcionava muito mais a Psicologia!Era assim que ele me levava, aliás o único que me soube entender e levar a certa até os dias de hoje!!
BELOS TEMPOS DE MENINA E MOÇA onde o cheiro da terra molhada, o nascer e por do sol são inegualáveis!
AMIGA,
É a 1ª. vez que escrevo num blog, talvez toda esta descrição nem venha a prepósito mas...foi o que se me ocorreu escrever...





# UMA AFRICANA ENDIABRADA#












domingo, junho 25, 2006

O mendigo

Acorda, demente
Ergue os sentidos.
A tua alma de gente
Já solta gemidos.

Lava-te com a chuva da manhã,
Veste o que a sorte te deu.

Estende outra vez a tua mão vã
O teu dia ... já nasceu.


Pousa a esmoleira na calçada fria,
Senta ao seu lado o corpo em desalinho,

Reparte com o cão uma côdea tardia,
Esquece a dita num trago de vinho.


Conta as moedas que a rua deixou,
Canta, dolente, uma trova antiga.
Vagueia, errante, onde sempre morou,

Velando, paciente, a cidade dormida.

Sonha, com um Fantasma de prato preto, engomado.
Que, solene, lhe anuncia a Boa-Nova,
Findou o seu destino
aziago,
Vai ser dono d'uma .... Cova.

(Vitor Melo)

A Grandeza do silêncio


Silêncio é docuça
Quando não respondes às ofensas,
Quando não reclamas os teus direitos,
Quando deixas à Deus a defesa da tua honra.

O silêncio é misericórdia:
Quando te calas diante das faltas de teus irmãos,
Quando perdoas sem remoer o passado,
Quando não condenas, mas intercedes em segredo.

O silêncio é paciência:
Quando sofres sem te lamentares,
Quando não procuras consolação junto aos homens,
Quando não intervéns, esperando que a semente germine lentamente.

O silêncio é humildade:
Quando te apagas para deixar aparecer teu irmão,
Quando, na discrição, revelas dons de Deus,
Quando suportas que tuas ações sejam mal interpretadas,
Quando deixas os outros a glória da obra inacabada.

O silêncio é fé:
Quando te apagas, sabendo que é Ele quem age...
Quando renuncias às vozes do mundo para permanecer na Sua presença...
Quando te basta que só Ele te compreenda

Enviado por Mail pela minha Amiga Cidinha (Cici)
(tb publicado no BlogAdega)

Rezem comigo ...

Fernando Pessoa .... sempre!

No seguimento do "Momento de Poesia" , aqui vai um pensamento deste Grande POETA que só enobrece os POEMAS da minha querida Lina Portela

(Em especial para as minhas Amigas Laura e Ahlka)


sábado, junho 24, 2006

A Página Branca

Horas a fio olho p'ra ela,
para aquela página branca
em que ainda não escrevi nada ...
Falta-me coragem para manchar
a sua brancura imaculada!
Falta-me coragem para sujá-la
de tinta escura ...
sulcá-la de negro ...
Traçá-la ... Começar ...
Mas um conto de fadas escreverei ...
Falarei dum pagem,
tentarei uma experiência inocente ...
(e já uma doce imagem
acode à minha mente ...)
Ou talvez tente
contar a história
de "Branca Plácido" - a menina triste
que ainda existe
na minha memória!
E debruço-me sobre ela ...
E a página branca
(que é a minha alma)
diz-me baixinho:
"Deixa-me assim, não escrevas nada ..."
E eu olhando sua brancura imaculada,
fico pensando, não escrevo nada!

Lina Portela (páginas Brancas)

Renúncia



Estendendo a minha mão podia ter a tua ...

E talvez fosse minha a tua mão ...
Porém em meu renunciar será eterna

a tua mão na minha ...

E se por ti chamasse? ...
Amor te chamaria ...
E o som da própria voz perturbaria
o doce amor ...


E eu ao pé de ti?! Como seria?
Ajoelhava ... como aos pés de Deus ...
E para não ofender Deus
sempre assim ficarei longe de ti!

E a minha carne morta vai vivendo

em meu renunciar ...
E a minha carne viva irá morrendo
devagar ...

Lina Portela
(Páginas brancas, Editora Lux, Lda 1962)

Momento de poesia


Minha pobre Alma, coitada!


Fi-la menina amimada,
minha pobre alma, coitada!

E cingi em branco véu
sua doce virgindade ...

Nunca a deixei à vontade
ainda não se corrempeu.

- Criei-a d'olhos fechados,
dá-me trabalhos dobrados!


Esta al
ma que é a causa
de não viver sossegada,
que não me dá uma pausa

e me faz andar parada ...

- Teria sido melhor

mostrar-lhe o lado pior ...

Mostrar-lhe a verdade crua,
não a trazer recatada ...
Mandá-la brincar p'rà rua,

não ser menina educada ...
- É jovem, já está cansada:
cansou-se a não fazer nada ...

Esta criança a brincar
quer correr por aí fora ...
Fechei-lhe os olhos ... e agora
atrás não posso voltar ...

Fi-la menina amimada,
minha pobre alma, coitada!


Do Livro "Páginas Brancas"
Poemas de Lina Portela

sexta-feira, junho 23, 2006

São João também em Braga



Ao som dos ........

percorre-se a
a Av. da Liberdade,
em Braga



algumas quadras premiadas

(Jornal de Noticias 1971)

Nenhum santo é menos santo
Por estar numa cascata
Que um pobre ergueu, com encanto,
Num simples bairro de lata.

Ris de mim por não ser novo!
Cautela, que na noitada,
Até mesmo um velho ovo
Pode dar boa gemada.

Com saia tão reduzida
Cuidado com os "calores"
Porque na festa da vida
Há santos e pecadores!

Meu amor, teu alho-porro
Namora o meu manjerico...
Quando se beijam, sem gorro,
Que sobressaltada eu fico!

Que bom esse ar de zangada
Porque, amor, uma fogueira
Quanto mais for arejada,
Mais depressa faz braseira!


Noite de S. João no Porto




S.João tripeiro é uma grande manifestação de massas, eminentemente festiva, de puro cariz popular e que dura toda uma noite, com uma cidade inteira na rua, em alegre e fraterno convívio colectivo.


Nas ruas os foliões passeiam o alho-porro, os martelos de plástico, compram manjerico e comem sardinha assada, aliás, é com uma boa sardinhada e um bom caldo verde que começa a farra! Fazer subir balões confeccionados com papéis de várias cores que passeiam no ar como sóis iluminados sob o impulso do fumo e o calor de uma chama que consome uma mecha de petróleo ou resina. É este cheiro a gente, a manjerico e erva


cidreira, é esta poesia popular impregnada do espírito folião do povo que enche Junho no Porto e se expande do coração da gente, sobe ao ar como um fogo de artifício que ilumina a noitada.


Tudo começa na Ribeira, mas depois do Fogo de Artifício, todos os anos à meia-noite em ponto, a festa espalha-se pelos quatro cantos da cidade e só termina ao nascer do sol.



Nas ruas mais centrais que, nessa noite, até ao nascer do sol, registam invulgares enchentes de povo, aparecem à venda as ervas santas e plantas aromáticas com evidente predominância do manjerico, a planta símbolo por excelência desta festa;


o alho-porro, os cravos e a erva-cidreira. E para espantar o cansaço vai-se parando nos bailaricos de bairro, salta-se a fogueira e pára-se nas tasquinhas que se espalham pela cidade!



A festa de São João dá inicio às festas do Verão, daí as fogueiras e todas as "loucuras" da noite deste santo popular.






(excerto de texto do Porto XXI)

Passeando pelo campo

Amiga(o)s:

Não estranhem nem se preocupem se derem pela minha ausência. Resolvi tirar um tempinho para dar um passeio pela montanha com a minha Nikita, pois há muito que não o faço e ela anda um pouco carente (Amigo de 4 patas tb tem sentimentos, sabem?) ... a seguir ao almoço lá vamos nós duas, montanha acima! Levo apenas um livro ou uma revista (xiuuuuuu ... não digam nada, mas vou tentar esquecer-me do tm eheheheheheh) e ali ficaremos uma boa parte da tarde a rebolar-nos na erva, a mirar o céu e ouvir o cantar dos passarinhos, o que nos fará um bem enorme às duas :-o)

Ah! a trela é só por uns instantes ... até atravessar a estrada eheheheh



quinta-feira, junho 22, 2006

Pensamento da tarde ... uma noite serena


Especialmente a pensar em ti, "Bolinha Eléctrica" que bem vejo que te esforças para resistir e tentas esconder os consecutivos "cortes de energia" a que estás sujeita, deixando no entanto transparecer pequeníssimos sinais de desânimo que podem levar à nostalgia.


UPA! ...
Força, mana! Coragem!




segunda-feira, junho 19, 2006

A Amizade

É um tema que pretendo abordar aqui. Mas por agora, até porque estou de saída, vim apenas "arrumar" neste meu "cantinho" , para ter sempre à mão, o "miminho" mais recente recebido da minha Amiga Rosinha.

Concordo inteiramente com esta afirmação. Quando ELA é verdadeira, nada nem ninguém a impedirá de se manifestar. E a distância geográfica só a reforçará!


Poema ao entardecer

(imagem da net ... desconheço o autor)

Subornos e "Subornos"



Diz-se por aí que a corrupção "activa e passiva" é um crime actualmente muito em voga e em amplo crescimento ... as acusações infundadas também, direi eu!

Embora desempenhando a minha actividade profissional há mais de 3 dédadas num ambiente propício à prática desta, apenas me lembro de em 2 ocasiões, já lá vão mais de 20 anos, ter estado envolvida em situações que me permitiriam suspeitar e/ou afirmar que de alguma forma estive próximo de me constituir uma "vítima de suborno" ! Há quem defenda a ideia que "toda a gente tem um preço" ... eu discordo inteiramente! Acredito que há por aí muitas pessoas íntegras e incurruptas!

Vem isto a propósito duma "acusação" que me foi feita há exactamente 10 minutos atrás, por um gaiato de apenas 20 anos de idade, com a agravante de neste caso pouco poder alegar a meu favor pelo simples facto de ser quase 100% verdade só que ... "a vítima aqui fui eu, Senhor Juiz!"

O meu filhote de 20 anos, depois de estrategicamente me propôr deixar-me o PC disponível sob condição de receber em troca 10€ para ir lanchar com um amigo ao Club local, acaba por me fazer a seguinte acusação: - "e não te queixes ... isto é crime de suborno!"

Ora aí está como um incauto e de boa fé pode facilmente cair numa "armadilha" traiçoeiramente montada por alguém que aproveitando as nossas fraquezas ou dependênicas, as utiliza em proveito próprio e ainda inverte os factos a seu favor.











Ora digam lá se isto não é uma ... ganda injustiça !! eheheheheh

domingo, junho 18, 2006

Fogo de artifício ....

Apesar de achar pretencioso chamar BLOG a este espaço, apesar do termo "inauguração" ser adequado para grandes eventos o que não é o caso, apesar de não ser exibicionista nem muito dada a manifestações públicas, apesar de ser minha intenção manter este "cantinho" privado (ou quase :-o) ) , apesar de não ser adepta de foguetes, não resisto à ideia de ver uns quantos estalarem num céu escuro como o de hoje que embora a escassos dias do Verão, mais parece um dia Invernoso de Dezembro!

Assim, fica aqui assinalada a data de abertura do Blog "Pascoalita" onde me proponho guardar algumas memórias, outras tantas lembranças, uma ou outra vivência, bem como partilhá-las com alguns Amigos.


Aproveito a ocasião para encher um cálice de licor (amarguinha, por exemplo) ... sem bebida não há FESTA! e quem me conhece sabe que "festa é comigo" e já é hábito fazê-la sozinha, deitar os foguetes e correr a apanhar as canas eheheheh






O Bicho Verde

Trata-se duma estória que encantou a minha infância, contada pela minha mãe que a ouvira à mãe dela e que eu própria fui contando às várias crianças que preencheram a minha vida.

Recordo-me, no início dos anos 70, do ar ternurento e suplicante que assumia a "Gracinha", a primeira menina lisboeta que conheci e que com 5 ou 6 anos de idade me implorava, vezes sem conta, para que lha contasse … e o meu esforço em não alterar uma só sílaba, tentando permanecer fiel à primeira versão.

Mais tarde seguiram-se outras ouvintes igualmente entusiastas, como a "Magalucha" uma menina de quem cuidei durante uns 10 ou 12 meses, corria o ano de 1973.

- Por que não editada em livro? a estória do “bicho verde” faria as delícias de muitas crianças! perguntam-me por vezes.
- Talvez um dia, repondo eu … um dia, talvez!


sábado, junho 17, 2006

Post de Abertura ... Homenagem


O meu "POST Nº UM" é dedicado a um HOMEM que foi e continua a ser
"uma referência na minha vida" ... A primeira figura masculina que me inspirou confiança e respeito e despertou em mim sentimentos de admiração, carinho, ternura, gratidão! Um Homem de Coração Grande e Alma Nobre, de uma simplicidade grandiosa, esquecido por muitos, desconhecido da maioria, com quem tive o privilégio de conviver e a quem chamava de "Padrinho".

Deixou uma OBRA que bem merecia maior reconhecimento e divulgação por quem de direito.

O próprio nome deste "BLOG" é inspirado no trato carinhoso que me dispensou enquanto com Ele privei, constituindo esse período da minha adolescência, os melhores anos da minha existência, não como "serviçal" mas como "protegida".

Dotado dum espírito jovem, elegeu-me como sua
aliada e confidente, contagiando-me com a sua permanente alegria de viver e transmitindo-me uma certa irreverência que lhe era peculiar. Um grande exemplo dos valores morais mais nobres pelos quais hoje, mais de 35 anos depois, continuo a pautar a minha vida.
Em breve, precisamente no dia 8 de Julho p.f., fará 21 anos que nos deixou, mas permanecerá para sempre vivo no meu coração.
A sua "pupila Pascoalita"

Original do Pintor
(oferta à Pascoala)
BIOGRAFIA

Link do museu com o seu nome
http://www.cm-almodovar.pt/museuseveroportela

Severo Portela Júnior nasceu em Coimbra, a 10 de Setembro de 1898. Cursou escultura com distinção na Escola de Belas Artes de Lisboa, tendo obtido no seu primeiro trabalho, apresentado ao Mestre Condeixa, a classificação de 20 valores.
Casou, muito novo, com Maria José Carrilho Marreiros, aluna particular de pintura do Mestre Carlos Reis. Por esse motivo, em 1920, veio viver para Almodôvar,onde se tornou pintor, fascinado com a raça das gentes Alentejanas, com os seus costumes e suas indumentárias.
Em 1930 participou, pela primeira vez, na exposição anual da Sociedade de Belas Artes, com um grande quadro intitulado "Músicos de Aldeia", tendo-lhe sido atribuído o prémio Rocha Cabral e a primeira medalha de ouro daquela Sociedade. Em 1931, obteve novamente o mesmo prémio com a apresentação do seu quadro "1860" que o Estado adquiriu para o Museu de Arte Contemporânea. Em 1933, como bolseiro da Junta Nacional de Educação, visitou alguns museus em Espanha, França e Itália. Das impressões recolhidas, escreveu, em 1936, o livro "Arte Antiga, Arte Moderna". Depois, em 1934 pintou "Os Alentejanos" e em 1941 "Os de Almodôvar", telas de grandes proporções igualmente adquiridos pelo Estado para o Museu de Arte Contemporânea. Refira-se também o quadro "O Último Cocheiro" adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa, hoje no Museu da Cidade. Pintou ainda centenas de quadros de menores dimensões, que se encontram em galerias particulares. Em colecções particulares encontram-se também tapeçarias e várias esculturas suas.

Em 1954 publicou o livro "Leopoldo de Almeida um artista singular" e em 1955 "Reflexões sobre Columbano", resultado de conferências suas proferidas no Museu de José Malhoa.
Realizou cinco exposições individuais, três em Lisboa e duas no Porto. Os seus motivos predilectos eram aquelas boas gentes da "sua" vila ao sul de Beja Almodôvar - com os seus maiorais, ceifeiros, ganhões, todo o povo humilde que traba
lha a terra nas planícies do sul alentejano, onde viveu trinta anos.
Em 1940 foi encarregado de decorar a sala de S. Vicente na Exposição do Mundo Português, pintando quatro grandes telas sobre a morte do Padroeiro de Lisboa, que se encontram no Museu de José Malhoa. A partir desta data foi intensa a sua actividade como decorador de grandes superfícies. Antes de regressar novamente a Itália, agora como bolseiro do Instituto de Alta Cultura, para fazer a aprendizagem da velha técnica de tintas sobre argamassa, pintou ainda um motivo de decoração "a fresco" do novo Tribunal da cidade de Beja. Pouco tempo depois, pintou o grande Tríptico do Salão Nobre da Câmara Municipal de Beja, conhecido pelos "Painéis do Foral", tendo recebido, em resultado da em Belém exposição de alguns dos desenhos desse trabalho, a medalha de honra da Sociedade
Nacional de Belas Artes. Em Beja, pintou ainda o Salão do então Grémio da Lavoura e a entrada da Escola Industrial. Também em Beja, naCâmara Municipal, se encontra o conhecido quadro "Promessa dos Maiorais" e na Sé Catedral a "Ceia de Emaús".

Pelo processo de "a fresco" decorou o Palácio de Justiça de Bragança e a Domus Justitiae de Viseu. Pintou um painel alusivo ao Código Civil no Palácio da Justiça de Lisboa, cinco frescos decorativos na sala de audiências do Tribunal da Covilhã e cinco frescos, com cenas alusivas à história da cidade, no Palácio de Justiça do Porto. Para o Palácio da Justiça da Golegã pintou um tema histórico sobre os frades cistercienses. A óleo pintou uma figura da Justiça no Tribunal de Setúbal. Em tapeçaria foi feita uma peça para o Tribunal de Almada e outra para o Palácio de Belém.
Realizou o enorme painel da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde figuram os grandes vultos da História Pátria, e um fresco de grandes dimensões no átrio da Faculdade de Medicina de Coimbra, com a história do respectivo ensino. Pintou igualmente o painel do átrio da Escola Técnica D. Luísa de Gusmão, em Lisboa e um painel, referente à aprendizagem industrial, na Ex-Escola Industrial e Comercial de Moura.
Executou também "a fresco" a abóbada e o altar-mor da Igreja de Santo Isidro de Pegões, a Capela Baptismal da Igreja de S. João de Brito, em Lisboa e decorou as Capelas Baptismais das Igrejas de Almodôvar e Merceana e, em colaboração com o pintor Costa Rebocho, a Igreja do Santo Contestável.

É também autor do tríptico a óleo "Ceifeiros" que se encontra na Ex-Federação Nacional dos produtores de Trigo, em Lisboa e do "grafitado" executado na Capela do Hospital de S. Brás de Alportel. É igualmente de sua autoria o grande painel da União das Associações dos Comerciantes do Distrito de Lisboa, bem como o painel decorativo "Escola do Infante" no Museu da Marinha.
São numerosos os seus quadros de pintura a óleo espalhados por vários Museus do país, designadamente, o Museu Nacional Soares dos Reis, o Museu Grão Vasco, o Museu Nacional de Arte Contemporânea, o Museu da Cidade de Lisboa, o Museu do Caramulo, o Museu Rainha D. Leonor, em Beja e a Biblioteca-Museu Severo Portela, em Almodôvar. Todavia, é no Museu de José Malhoa que se encontra o maior número das suas obras.

Como escultor fez o Padrão Henriquino destinado ao ex-Ultramar, tendo ganho, em concurso público, o 1º prémio, e executou a estátua do Governador da Índia D. Nuno da Cunha.
Como reconhecimento do valor das suas obras, o Estado concedeu-lhe, em 9 de Março de 1936, o grau de Oficial da Ordem de Instrução Pública e, em 18 de Janeiro de 1981, o grau de Oficial da Ordem Militar de Cristo. Foi também membro jubilado da Academia Nacional de Belas Artes.
Faleceu em Lisboa, no Hospital de Santa Maria, no dia 8 de Julho de 1985 e encontra-se sepultado em Almodôvar, onde passou os últimos anos da sua vida.