quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Pensamento da semana:




"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis" !!!

sábado, fevereiro 24, 2007

POESIA CAIPIRA (uma pérola)


* A VEÍCE *

Vô contá como é triste,
vê a veíce chegá,
vê os cabêlo caíno,
vê as vista encurtá.
Vê as perna trumbicano,
com priguiça de andá.
Vê "aquilo" esmoreceno,
sem força prá levantá.
As carne vão sumino,
vai parecêno as vêia.
As vista diminuíno e cresceno a sombrancêia.
As oiça vão encurtano,
vão aumentano as orêia.
Os ôvo dipindurano e diminuíno a pêia.
A veíce é uma doença que dá em todo cristão:
dói os braço,
dói as perna,
dói os dedo,
dói a mão.
Dói o figo e a barriga,
dói o rim, dói o pulmão.
Dói o fim do espinhaço,
dói a corda do cunhão.
Quando a gente fica véio, tudo no mundo acontece:
vai passano pelas rua e as menina se oferece.
A gente óia tudo,
benza Deus e agradece,
correno ligeiro prá casa, procurano o INSS.
No tempo que eu era moço,
o sol prá mim briava.
Eu tinha mil namorada,
tudo de bão me sobrava.
As menina mais bonita,
da cidade eu bolinava.
Eu fazia todo dia,
chega o bichim desbotava.
Mas tudo isso passô,
faz tempo ficô prá tráis
as coisa que eu fazia,
hoje num sô capaiz.
O tempo me robô tudo,
de uma maneira sagaiz.
Prá falá mesmo a verdade, nem trepá eu trepo mais.
Quando chega os setenta, tudo no mundo embaraça.
Pega a muié, vai pra cama, aparpa, beija e abraça,
porém só faz duas coisa: solta peido e acha graça.


Poesia em linguagem de matuto (caipira, gente da roça).
(recebida, via e-mail, do meu querido Amigo Gilinho)

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Rosas de amor...

Eram rosas as flores que me deste
Quando junto de mim chegaste
Com um ramo bem florido
Atado com uma fita de cetim
Que ainda guardo comigo.

Disseste ser para lembrar
O dia em que nos conhecemos.
Já foi há tanto tempo!
As rosas murcharam há muito


A fita, que ainda guardo
Na caixinha que me deste
Cheia de bombons
Para me adoçares a boca
Com as palavras que dirias
Naquele dia tão distante.

Como nunca me tinhas dado
Tão belas rosas de amor
Pensei que tinhas ficado
Preso ao nosso amor
Ao maldito amor que me tinhas.

Porque logo de seguida
Verteste o fel que em ti havia
Disseste que aquele ramo
Punha termo ao nosso amor
Que tão infeliz te trazia.
(Laura)

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

O Menino que queria ser televisão ...


Para reflectir ...


A professora do ensino básico Ana Maria pediu aos alunos que fizessem uma redacção sobre o que gostariam que Deus fizesse por eles. Ao fim da tarde, quando corrigia as redacções, leu uma que a deixou muito emocionada.


O marido, que, nesse momento acabava de entrar, viu-a a chorar e perguntou-lhe:
- "O que é que aconteceu?" Ela respondeu:

- "Lê isto." Era a redacção de um aluno.

- "Senhor, esta noite peço-te algo especial:
- Transforma-me numa televisão.
- Quero ocupar o lugar dela. Viver como vive a TV da minha casa. Ter um lugar especial para mim, e reunir a minha família à volta...
- Ser levado a sério quando falo...
- Quero ser o centro das atenções e ser escutado sem interrupções nem perguntas.
- Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona.
E ter a companhia do meu pai quando ele chega a casa, mesmo quando está cansado. E que a minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de me ignorar. E ainda que os meus irmãos discutam para ver quem fica ao pé de mim.
-Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo. E, por fim, faz com que eu possa diverti-los a todos.
- Senhor, não te peço muito... só quero viver o que vive qualquer televisão"
Naquele momento, o marido de Ana Maria disse:

- "Meu Deus, coitado desse miúdo! Que pais..."!
E ela olhou-o e respondeu:

- "Esta redacção é do nosso filho".
(Recebido por mail)

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Mascarada de múmia ...

Há dias que andava a cismar com isto. As amigas acusavam-na de ser demasiado tagarela, de nunca calar a matraca, de falar até pelos cotovelos!!!
- Um dia ainda te enfiamos uma rolha de cortiça na boca! Diziam-lhe com frequência.


Era Carnaval e ocorreu-lhe pregar-lhes uma partida. Mascarar-se-ia de múmia. Assim, fazia-lhes a vontade mantendo-se calada, mas pregava-lhes um valente susto.
Levou mais de 1 hora a executar o disfarce, para o que contou com a ajuda e cumplicidade do seu colega Cabral, sempre pronto para participar neste tipo de patifarias e lá se dispôs a bater à porta da sala da secretaria, onde trabalhavam 7 ou 8 colegas.

A Chefe, uma Senhora próximo dos 70 anos, deixou escapar um grito, deixando-se cair, desfalecida na cadeira, situada próximo da sua secretária. Duas colegas, embrenhadas no trabalho, olharam-na e apressaram-se a socorrê-la, convencidas de ter sido acometida de algum mau estar súbito. Mas logo um segundo grito se ouviu, vindo de outro canto da sala e todos olharam na direcção da múmia que, em passo rápido, percorria toda a sala.

Era suposto o chefão não ir nesse dia à empresa, mas um imprevisto alterara-lhe os planos e, no exacto momento em que a múmia abandonava a secretaria, deixando atrás de si um aparatoso reboliço, ao atravessar o pequeno corredor que dava acesso ao elevador e ao hall, por onde pretendia escapulir-se, eis que a porta do elevador se abre e surge a figura do Big Boss.

Alérgica como era ao Director, a múmia não conteve um espirro e ...








Diz quem viu, que corria mais veloz que o Pepe rápido, deixando o Director de olhos esbugalhados, estático, incapaz de se mexer eheheh

sábado, fevereiro 17, 2007

Re(vi)vendo ... "O Cortiço"


Hoje dei corda aos sapatos e rumei em direcção à Rua das lajes … senti de súbito saudades dos meus antigos vizinhos e aproveitei para rever o cantinho, onde se situa o que foi o meu “Cortiço”.
Embora o meu actual casebre fique apenas a cerca de 800m, é muito raro atravessar a estrada, a pé, e palmilhar as ruas da aldeia até ao outro lado, oposto àquele onde actualmente moro. Hoje foi a excepção!

Da minha antiga quintinha ("A Quintarola" era então a 2ª opção para o nome, aquando da sua aquisição), restam algumas árvores de fruto:
a velha nogueira e alguns limoeiros, o velho barracão da ferramenta e o muro, onde se mantém, intacta, a placa de azulejos ainda exibindo o seu nome original, a qual foi por mim encomendada no artesanato local e igualmente foi por nós ali colada há cerca de 20 anos!

O actual dono, procedeu à sua ampliação e remodelação, apresentando actualmente um estilo ligeiramente rústico e sóbrio, sem que tenha perdido um certo encanto melodioso que se adivinha seja adjacente ao próprio espaço em que se insere.
Com as saudades que ainda me desperta, após tantos anos, não excluo a possibilidade de um dia tentar "reaver" a minha antiga toca ... "O Cortiço"

Segundo Aristóteles ...



A Lenda do Vento ...


(Este Senhor Vento, passou por aqui ontem, verdadeiramente irado ... bem me atiraria ao chão se eu me tivesse atrevido a sair à rua eheheh)



Antigamente representava-se o vento
com a figura
de um homem
.


Um dia ele encontrou uma mulher sozinha com um molho de lenha à cabeça e, soprando com força, atirou a mulher ao chão.

Ela injuriou-o, rogou-lhe tantas pragas que o vento se foi queixar ao Senhor.

E o Senhor disse:
- De hoje em diante sopra escondido!

(Lenda, publicada no Netescrita)

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Bom Dia ...




Depois dum radioso dia de S. Valentim, talvez o roxo seja a cor mais apropriada para vos saudar, neste dia que aqui apareceu vestido duma cor farrusca, luz fosca e brilho inexistente. Assim mesmo ... Bom Dia :-)

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

14 de Fevereiro, dia dos namorados


Lenda de S. Valentim

As comemorações de 14 de Fevereiro, dia de S. Valentim, como dia dos namorados, têm várias explicações – umas de tradição cristã, outras de tradição romana, pagã.

A Igreja Católica reconhece três santos com o nome Valentim, mas o santo dos namorados pensa-se ter vivido no século III, em Roma, tendo morrido como mártir no ano 270. Em 496, o papa Gelásio reservou o dia 14 de Fevereiro ao culto de S. Valentim.

Valentim era um sacerdote cristão contemporâneo do imperador Cláudio II. Cláudio queria constituir um exército romano grande e forte; não conseguindo levar muitos romanos a alistarem-se, acreditou que tal sucedia porque os homens não se dispunham a abandonar as suas mulheres e famílias para partirem para a guerra. E a solução que encontrou… foi proibir os casamentos dos jovens! Valentim ter-se-á revoltado contra a ordem do imperador e, ajudado por S. Mário, terá casado muitos casais em segredo. Quando foi descoberto, foi preso, torturado e decapitado a 14 de Fevereiro.

A lenda tem ainda algumas variantes que acrescentam pormenores a esta história. Segundo uma delas, enquanto estava na prisão Valentim era visitado pela filha do seu guarda, com quem mantinha longas conversas e de quem se tornou amigo. No dia da sua morte, ter-lhe-á deixado um bilhete dizendo «Do teu Valentim».

Quanto à tradição pagã, pode fundir-se com a história do mártir cristão: na Roma Antiga, celebrava-se a 15 de Fevereiro (que, no calendário romano, coincidia aproximadamente com o início da Primavera) um festival, os Lupercalia. Na véspera desse dia, eram colocados em recipientes pedaços de papel com o nome das raparigas romanas. Cada rapaz retirava um nome, e essa rapariga seria a sua «namorada» durante o festival (ou, eventualmente, durante o ano que se seguia).

Com a cristianização progressiva dos costumes romanos, a festa de Primavera, comemorada a 15 de Fevereiro, deu lugar às comemorações em honra do santo, a 14 de Fevereiro.

Há também quem defenda que o costume de enviar mensagens amorosas neste dia não tem qualquer ligação a S. Valentim, mas deve-se ao facto de assinalar o princípio da época de acasalamento das aves.

Com o decorrer do tempo, o dia 14 de Fevereiro ficou marcado como a data de troca de mensagens amorosas entre namorados, sobretudo em Inglaterra e na França – e, mais tarde, nos Estados Unidos. Neste último país, onde a tradição está mais institucionalizada, os cartões de S. Valentim já eram comercializados no início do século XIX. Actualmente, o dia de S. Valentim é comemorado em muitos países do mundo como pretexto para os casais de namorados trocarem presentes.

(texto da net)

Nota: Este ano não tive direito à minha habitual florinha :-( resulta daí, em parte, a minha falta de inspiração para um tema alusivo ao DIA.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Que bom foi ...

Que bom foi encontrar-te
Naquele dia enevoado
Junto ao mar bravio,
Vieste sentar-te a meu lado.

Naquele grande penedo
Sobranceiro ao mar,
Olhei-te incrédula
E já nem senti medo …

Mandei ao ar as convenções
Do fica bem ou fica mal …
E por quaisquer razões,
Falariam sempre mal …

Assim, aceitei o teu abraço,
Deixei que me enlaçasses,
E senti-me bem a teu lado,
E senti que não era pecado.

Não era pecado não …
Realizar um desejo,
Que era apenas ilusão e, sozinha,
Abandonei o paredão.

(Laura)

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

O coito do Morgado

Estávamos em 1982 e a Assembleia da República debatia a despenalização do aborto. O então deputado do CDS, João Morgado, argumentou: «O acto sexual é para ter filhos». Natália Correia (na altura deputada do PS) subiu à tribuna para responder com um poema muito original. As gargalhadas obrigaram à interrupção dos trabalhos.


Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o orgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
(Natália Correia)

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Pomba mensageira





Ei-la que chega...
sonhei com ela
no bico trazia
um ramo d/oliveira

Pousou em cima
da minha pereira
que nem tinha peras,
mas vinha feliz...

Por trazer notícias
de quem há muito
deixei de ter...
e estava a ver

Que essa pessoa
já me ia esquecer
de tão prolongado
o seu pouco dizer.
(Laura)


segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Todos os caminhos vão dar a ti …




Todos os caminhos…
Vão dar a ti.
Por mais que tente
Por mais que procure
Andar por outro lado,
Vou sempre no meu passo
Apressado, ter onde tu estás ...
Desculpa amor,
Não sei outro caminho
Que mais longe ou pertinho
Não vá dar a ti!
Por vezes penso,
Que mais valeria,
Mudar de via…
Tentar passar para outro lado
Onde nem saibas de mim
Nem eu de ti ...
E quem sabe assim, conseguiremos
Expulsar o amor que viver não podemos ...
Talvez assim …
Deixaremos de sofrer!!!
(Laura)

sábado, fevereiro 03, 2007

A Rosa azul


No post "Bom dia Rosa, em botão"

africana disse...

Afinal, há ou não rosas azuis!?

Procurei e encontrei! Há rosas "azuis, sim!!!

Eis aqui uma bem azulinha :-))

Segue-se um texto que copiei alusivo à tão almejada ROSA.

............................................................
4 de janeiro

O comendador Luiz de Faria acabava de fechar os olhos à velha marquesa de São Justino, adoçando-lhe o momento da morte com a noticia alvissareira e mentirosa da completa regeneração do seu neto, o estudante Guilherme de Araújo, quando o encontrei à porta da casa funerária, à espera do seu automóvel. Abalado, ainda, pela emoção daquele instante, em que tivera de lançar mão de uma falsidade para perfumar o último sopro de uma vida de virtudes e sofrimentos, o antigo par do reino português aceitou um lugar no meu "taxi", e confessou-me, em viagem:

- A mentira, meu amigo, é, às vezes, uma necessidade. Aquela de que me socorri há meia hora, para suavizar a morte de uma santa, de uma senhora cuja maior esperança consistia no futuro de um neto que se desgarrara do lar, era tão necessária como a do prior da Cartuxa para alegrar a agonia daquele célebre monge do Bussaco.
Eu olhei, interrogativamente, o meu companheiro de viagem, e ele, percebendo a ignorância, indagou, com admiração:
- Não conhece, então, a lenda da rosa azul?
À minha afirmativa, que lhe pareceu estranha, o comendador apoiou as mãos robustas no castão de ouro da bengala, e contou:
- No Mosteiro da Cartuxa, no Bussaco, em Portugal, vivia, em séculos que já se foram, um piedoso e santo monge, cuja vida se consumia, inteira, entre a oração e as rosas. Jardineiro da alma e das flores, passava ele as manhãs de joelhos, no silencio da nave, aos pés de um Cristo crucificado, e as tardes, no pequeno jardim da ordem, curvado diante das roseiras, que ele próprio plantava e regava.

O comendador interrompeu um momento a narrativa, recostou-se na almofada, e continuou:
A sua paciência de jardineiro era absorvida, entretanto, por uma idéia, que era um sonho: encontrar a rosa azul das legendas do Oriente, de que tivera noticia, uma noite, ao ler os poemas latinos dos velhos monges medievais. Para isso, casava ele as sementes, os brotos, fundia os enxertos, combinando as terras, com que as cobria, e as águas, com que as regava, esperando, ansioso, o aparecimento, no topo da haste, do sonhado botão azul! Ao fim de setenta anos de experiências e sonhos, em que se lhe misturavam na imaginação as chagas vermelhas de Cristo e as manchas celestes da sua rosa encantada, surgiu, afinal, no coroamento de um galho de roseira, um botão azul, como o céu. Centenário e curvado, o velhinho não resistiu à emoção; adoeceu, e, conduzido à cela, ajoelhou-se diante do Crucificado, pedindo-lhe, entre soluços pungentes, que, como prêmio à santidade da sua vida, não lhe cerrasse os olhos sem que eles vissem, contentes, o desabrochar da sua rosa azul.
Uma nova pausa, e o meu companheiro tornou:
- Em volta do santo velhinho, no catre do mosteiro, todos choravam, compungidos. E foi, então, que, divulgada de boca em boca, foi a noticia ter a um convento das proximidades, onde jazia, orando e sonhando, uma linda infanta de Portugal. Moça e formosa, e, além de formosa e moça, - fidalga e portuguesa, compreendeu a pequenina freira, no jardim do seu sonho, o valor daquela ilusão, e correu à sua cela, consumindo toda uma noite a fazer, com os seus dedos de neve, uma viçosa flor de seda azul, que perfumou, ela própria, com essência de gerânio. E no dia seguinte, pela manhã, morria no seu catre, sorrindo entre lágrimas de alegria, por ter nas mãos tremulas, por um milagre do céu, a sua rosa azul!
O "taxi" parava no meio-fio da calçada, o comendador acrescentou, estendendo-me a mão agradecida:

- Feliz, meu amigo, aquele que morre, como esse monge e a marquesa, apertando nas mãos a rosa, mesmo mentirosa, de uma roseira de que cuidou toda a vida.