sábado, novembro 29, 2008

Sei usar um WC !!!



A casa dos meus donos é bonitinha e confortável e não é por acaso que nós, os habitantes de 4 patas, preferimos o interior da habitação ao descampado, sobretudo nos dias chuvosos e frios como estava a noite passada.

Não sou invejosa, mas ainda não entendi porque razão a rafeira Nikita tem direito a passar a noite cá e até tem uma alcofa para dormir enquanto nós, seus parentes próximos, mesmo durante o dia nem sempre temos ordem de entrar. Ah! Mas ontem à noite a coisa correu-me bem eheheh
Passámos o serão aninhados num cadeirão junto à lareira e quando a minha dona se preparava para correr comigo da manta, eu abri os meus olhos amendoados, fiz aquele meu olhar de carneiro mal morto e consegui comovê-la. A Fininha e o Chico já tinham seguido para o seu ninho no anexo, um lugar fixe mas onde falta o calor humano, entendem? enquanto eu fiquei ali, muito quietinha, aninhada no cadeirão, a gozar os últimos bafos de calor de lenha queimada.

O pior foi a meio da noite ...

O WC da casa é um espaço alegre, mas pouco prático! Por mais limpo que um gato queira ser e por mais esforço que faça, não consegue fazer correctamente a sua higiene ... não dá mesmo jeito nenhum. Já uma vez ali fiz uma mijinha e a dona nem ralhou nem nada, mas desta vez encontrei o sítio com uma tampa em cima e tive de improvisar ... pensei para comigo:

- Ora, se uma serve para fazer as mijas, a outra deve ser onde os humanos deixam as poias.




Depois de reflectir um pouco, trepei e fiz o meu número de equilibrismo que nisso sou bastante boa e utilizei o wc o melhor que pude ... não sei se a minha dona vai achar muita graça, mas eu já me sinto bem mais aliviada eheheh



sábado, novembro 22, 2008

Momento Kafkaniano

Nota:
Inicialmente tinha escolhido o título "O meu menino Kafka". Isto porque o fascínio pela vida e obra de Franz Kafka demonstrado pelo meu filhote mais velho e o seu empenho e dedicação enquanto escrevia a sua tese de mestrado eram tão evidentes que até o padrinho lhe deu a alcunha de "O kafkazinho"



Não sei precisar há quanto tempo me apercebi do seu interesse pela vida e obra de Kafka, mas por ocasião do termo da licenciatura em Língua e Cultura Portuguesa, o seu interesse em viajar até Praga já então foi bem revelador.

Nas breves pesquisas que fiz e entre várias fotos e caricaturas que encontrei sobre o enigmático escritor, apaixonei-me por esta, tendo-a desde então mantido na pasta "My pictures" .

Tendo terminado recentemente o mestrado em Teoria da Literatura, teve lugar anteontem, dia 20 de Novembro, a dissertação da sua tese sob o título:

"KAFKA: uma habilidade necessária" tendo merecido do Júri, a classificação de MUITO BOM.


A dissertação online está disponível aqui

Pais e amigos do "Kafkazinho" estão obviamente orgulhosos, embora mantenham alguma apreensão associada à incerteza de que o reconhecido mérito seja em breve aproveitado de modo a que floresça e produza frutos no campo profissional.

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P.S.

Um beijinho de gratidão à minha Amiga Ahlkinha pelo incentivo que me levou a escrever sobre o assunto em "Post"

terça-feira, novembro 18, 2008

O presente que veio de longe

Quando hoje cheguei ao meu P.T. encontrei um embrulho colocado sobre o teclado.

Questionei a nina africana, minha colega do lado, que ficara a tomar conta da chafarica na minha ausência que muito prontamente me disse nada ter a ver com o assunto.

Como já a conheço, percebi imediatamente que ou era a autora da marosca, ou no mínimo era cúmplice, até porque trabalhamos numa espécie de "casa forte" onde é vedado o acesso a estranhos ao Serviço eheheh

À media que ia apalpando e abrindo o pacote, dizia-me ela tentando fazer o ar mais inocente deste mundo:

- Olha que também já apalpei e parece ser algo mole!
- Será que se parte? Sugeria eu eheheh

Mal visualizei uma ponta do conteúdo e logo se fez luz: - "é um chouriço de Arouca"!!! Gritava eu ao mesmo tempo que abria o resto do embrulho.

Na verdade, em vez do "avantajado chouriço" que conheci através da nina africana e a que um dia chamei de "chouriço a metro" (juro que nunca vi coisa tão comprida eheheh) a nina Parisiense acabava de me presentear com este "TRIO" que pelo jeito devem ser fêmeas. Aliás ela própria lhe chamou "chouriças", só não sei se são as fêmeas do tal chouriço gigante, ou se serão a "geração mais nova" ahahahahah

Portanto, isto é só uma mostra. Mas uma mostra que um dia destes cairá no "porco assador" lá da chafarica e fará as delícias do pessoal.

E se um dia chegar a deitar a mão ao tal exemplar gigante de que vos falei, prometo lembrar-me de o fotografar antes de ser devorado eheheh



segunda-feira, novembro 17, 2008

Aniversário duma capicua eheheh

A ideia era passar a data incógnita, mas pouco depois das 8,30 o meu telélé abria as guelas que nem galo na capoeira eheheh

Uns amigos avisavam que estava na hora do biberão, outros preocupavam-se com a mudança da fralda, outros ainda perguntavam onde era o menu e houve até quem me ameaçasse com o rolo da massa se levasse avante a ideia de aproveitar o dia para fazer faxina na casa do filhote, em Lisboa eheheh

Lá fui até à zona do aeroporto, subi de elevador até ao 6º andar, para deixar uns miminhos ao rapaz que àquela hora não estava em casa e pude constatar que fazia ali falta uma mãozinha feminina, mas desfiz-me dos tarecos e saí tão rápido quanto entrei ... e de olhos fechados para não cair na tentação de ficar eheheh

Enquanto descia ia dizendo baixinho para me convencer:

- Ora, hoje sou bebé e o trabalho infantil é crime punido por lei eheheh

A seguir, rumámos na direcção de Loures e sozinha com o meu manel, almoçámos no "Bom Leitão", um restaurante que já é hábito visitarmos nesta data.

















O almoço estava excelente! Um frisante branco escorregou que foi um regalo e ainda mais rápido trepou eheheh

Fizemos questão de mandar um gelado "Mozart" fazer compnhia ao leitão e concluímos o repasto com um coffee servido com um "mini-magnum".



Na hora de acertar contas, o manel que costuma bricar comigo, dizendo:

- Pagas tu, ou pagas tu?" eheheh

Hoje abriu os bolsos e colocou uns trocados sobre a mesa dizendo que era o seu contributo eheheh

Aproveitei para pedir ao empregado que me fornecesse o jantar do caçula que após uma directa ficara em casa a dormir, tendo sido inuteis todas as tentativas que fiz para o convencer a acompanhar-nos. Mãe galinha é assim ... mesmo quando é "franguita" nunca esquece os seus "pintos" eheheheh



E foi assim o dia de aniversário duma capicua eheheheh


sábado, novembro 15, 2008

Laranjeira da Baía


É a habitante mais nova do quintal!!!

A escassos centímetros daqui havia uma grande laranjeira da mesma qualidade que já cá existia quando comprámos a casa e que durante 15 anos produziu abundantes e excelentes laranjas!

Recentemente começou a dar sinais de secar e quando o meu hortelão sugeriu substituí-la, só impus uma condição:

- Tem de ser da mesma espécie. Disse-lhe.

Então, um belo dia cheguei a casa e reparei que no lugar da velha árvore, havia agora esta pequena mas robusta laranjeira capaz de suportar 7 pesadas laranjas comprovativas da qualidade exigida eheheh


quinta-feira, novembro 13, 2008

Um lugar vazio à mesa ...

Convém começar por explicar que já havia algum tempo que estava previsto um almoço na companhia do João do espaço mais a sua cara metade, o qual ocorreu hoje.

Também não é segredo para ninguém que o meu amigo João desde logo se afeiçoou à cusca endiabrada , adoptando-a como a sua "netinha do peito". Mas a "sirigaita" tem feito tantas marotices que há muito que anda a pedi-las eheheh

Ora por um qualquer mal entendido, o João achava que hoje seria um almoço a quatro, tendo ficado um pouco decepcionado com o lugar vazio à mesa ... a endiabrada não apareceu nem deu sinal de vida!!!

E o avô João que até se esmerara, trazendo aquele almoço especial que lhe vinha prometendo eheheheh


À parte este pequeno contratempo, foi um almoço bem divertido. Gostei muito de conhecer pessoalmente o casal e talvez numa próxima oportunidade sua Excelência a cusca endiabrada, nos dê o prazer da sua presença.

Já agora convém que não demore muito, se quiser comer um destes "mon cherry" que ganhei hoje do meu amigo João eheheh



terça-feira, novembro 11, 2008

O Coreto dormitório



Ao que chegámos!

Ainda não vai longe o tempo em que este coreto, situado na praça José Fontana, em Lisboa, servia de palco a espectáculos musicais que encantavam lisboetas e demais portugueses.

Perante a passividade das autoridades a quem cabe zelar pelo património nacional e a indiferença de quem passa, está hoje transformado numa pocilga que delinquentes impunes conspurcam e destroem e sem-abrigos utilizam como dormitório.


Um pouco antes das 8 horas da manhã, a hora a que ali passo diariamente, os "inquilinos" ainda dormem tranquilamente, mas há dias fiquei um pouco apreensiva com um "habitante" que, eventualmente sofrendo de insónias ou atormentado por algum bico de papagaio, se viu obrigado a madrugar!

Se calhar devia sugerir-lhes que à semelhança de outros, usassem do direito de reivindicar junto da autarquia uma revisão dos aposentos, tipo um telhado novo, vidraças e portas, wc, cozinha, parabólica, chão flutuante e por que não daqueles estrados articulados com colchões ortopédicos que fazem milagres à espinhela??? eheheh

Num recanto do jardim, encoberto pelo arvoredo, numa das colunas que constituem este estranho monumento, o rosto meio apagado de José Fontana parece chocado, diria mesmo com vontade de sumir dali envergonhado.

Ao que este país chegou ...



sexta-feira, novembro 07, 2008

Aproxima-se o São Martinho ...

... e o anual "magusto da chafarica"

Tenho andado um pouco adormecida e este ano tinha esperança de escapar, mas já começou o blá-blá-blá eheheh

- Onde assamos as castanhas?
- Mizé, trazes de novo a "cloche"?
- E quem se encarrega de as comprar?
- E o chouriço e o presunto? (dava jeito era um
chouriço de Arouca)
- Não pode faltar a bola de carnes!
- E a tarte do "restolho" !!! (apreciada tarde de maçã e nozes eheheh)
- Ah! Também não pode faltar "água pé" ou jeropiga!!!



Pois é, o S. Martinho é já na próxima Terça Feira e eu lá me decidi a procurar as castanhas, mas não me agradaram as que vi no supermercado ... estas ao lado é que eram boas!

Quando era miúda apanhava quantas queria no souto do Senhor Padre Eduardo.

Que saudades de algumas coisas desse tempo!!!

quarta-feira, novembro 05, 2008

Um manjar de "plástico"

Ultimamente tenho andado tão atarefada com vários assuntos entre mãos que a maior parte dos dias da semana nem me sento a fazer uma refeição.

Há dias o meu filhote passou aqui perto e acabámos sentados à mesa na Pizza Hut.

Embora não seja apreciadora e por norme me limite a comer uma boa salada, há uns anos atrás almoçávamos ali com alguma frequência e sempre que afazeres me retêm na capital implicando uma chegada a casa mais tardia, uma pizza é uma boa opção. O único senão é ter de carregar a volumosa e pouco prática embalagem no BUS, tendo de enfrentar os "olhares famintos" dos assageiros mais jovens, que obviamente não ficam indiferentes ao odor característico. Quanto aos meus rebentos, esses devoram aquilo a que eu chamo "comida plástica como se do melhor manjar se tratasse!!!

Hoje deu-me para fazer gazeta ... dar-me uma folgazita e surpreender o caçula com uma belíssima pizza.



sábado, novembro 01, 2008

A propósito do dia de hoje ...




Há dias fui a um velório, ou melhor fui dar um pouco de conforto a uma ex-colega que acaba de perder o único irmão.

Há no entanto uma coisa à volta destes actos solenes que sempre me chocou imenso: as ofertas exageradas de flores que por vezes orçam as centenas ou até milhares de euros!!!

Só para dar um exemplo, soube por acaso que só 2 das coroas que inundavam a capela onde jazia o corpo, tinham custado 500€!!!


O que me impressiona é ver que mudaram os tempos, mas não os hábitos das pessoas, que mesmo quando os corpos são cremados, mantêm o ritual, decorando as capelas mortuárias com resmas e resmas de flores, o que me levanta a seguinte questão: Terminada a cerimónia, que destino será dado a tudo aquilo???

Devo dizer que não é de hoje que reparo e reprovo este consumismo baseado em aparências. Lembro-me de em miúda me aperceber que alguns habitantes da minha aldeia vestiram na mortalha o único traje novo que tiveram em toda a sua existência.

Que mundo louco, este em que vivemos.