Deviam ser cerca de 16 horas. Saíra havia pouco tempo do trabalho, bebi um café numa pastelaria perto e deslocava-me calmamente em direcção à Praça Duque de Saldanha. Desde que foi criado o terminal rodoviário no Campo Grande, os autocarros que servem a zona a Oeste de Lisboa deixaram de circular dentro da cidade, mas na altura havia uma paragem mesmo ao cimo da Avenida.
À minha frente, caminhavam 2 indidíduos ainda novos, suponho que entre os 22 e 25 anos, que me chamaram a atenção.
Um deles levava uma revista ou jornal enrolado numa das mãos e ambos seguiam de modo suspeito, cabeça baixa, em ziguezague, alternando posições entre si, notando-se uma certa cumplicidade, comunicando pouco por palavras, mas senti que formavam uma "dupla" com um qualquer objectivo ou plano obscuro. De início ocorreu-me que se preparavam para pregar uma partida a algum amigo automobilista, que àquela hora enchiam a avenida.
Um deles levava uma revista ou jornal enrolado numa das mãos e ambos seguiam de modo suspeito, cabeça baixa, em ziguezague, alternando posições entre si, notando-se uma certa cumplicidade, comunicando pouco por palavras, mas senti que formavam uma "dupla" com um qualquer objectivo ou plano obscuro. De início ocorreu-me que se preparavam para pregar uma partida a algum amigo automobilista, que àquela hora enchiam a avenida.
Sempre sem os olhar directamente, resolvi prestar atenção, mas tendo o cuidado de me fingir distraída. Via-os trocar olhares rápidos, parando uma vez ou outra, à frente de uma montra sob pretexto de verem algo, mas apesar de disfarçarem, apercebia-me que usavam o vidro como espelho! Nunca se distanciavam muito um do outro e trocavam apenas monossilabos.
Mantive-me sempre atrás deles, mas instintivamente à medida que íamos subindo a avenida, apertava a carteira contra mim e tive o cuidado de fazer deslizar a pulseira de ouro que usava para o interior da manga do casaco. Olhando à minha volta, dava para concluir que mais ninguém prestava atenção aos 2 estranhos transeuntes, que ao longo do percurso foram executando várias macaquices à minha frente.
Cerca de 2 metros antes da paragem, parei na entrada dum edifício vizinho, encostando o braço que levava a carteira, à parede deste e ali fiquei dando por terminada a minha viagem, uma vez que ainda faltavam cerca de 15 minutos para o horário do autocarro.
Mantive-me sempre atrás deles, mas instintivamente à medida que íamos subindo a avenida, apertava a carteira contra mim e tive o cuidado de fazer deslizar a pulseira de ouro que usava para o interior da manga do casaco. Olhando à minha volta, dava para concluir que mais ninguém prestava atenção aos 2 estranhos transeuntes, que ao longo do percurso foram executando várias macaquices à minha frente.
Cerca de 2 metros antes da paragem, parei na entrada dum edifício vizinho, encostando o braço que levava a carteira, à parede deste e ali fiquei dando por terminada a minha viagem, uma vez que ainda faltavam cerca de 15 minutos para o horário do autocarro.
Os indivíduos seguiam a escassos passos adiante e um deles, o da frente, apressou o passo em direcção à paragem, acenou com a cabeça num gesto de contrariedade e disse algo do tipo - "vamos ... não dá "!!!
Só então reparei num 3º Elemento que os aguardava, em pé, encostado à paragem e os três atravessaram a rua, em passo rápido, tagarelando, e começaram a descer, de novo em direcção à Praça D. Estefânea.
Já passaram uns 5 anos e ainda hoje me intriga o que observei ... um "estratagema " ... um "ardil" ??? uma "encenação com intuito de roubo"?? nesse caso quem seria a vítima"??? ou "pura diversão"? Eu tenho uma teoria !!! O que acham???
10 comentários:
Podem ser mil hipóteses... qual a certa?!
Que pensas tu, que presenciaste tudo?
Bom, fica no segredo dos Deuses!!!
Eu assiti na áfrica do Sul, a ver tudo mesmo de pertinho, pois ia ao lado da minha amiga Tamananda, saimos da boutique, ela com a carteira ao ombro do lado direito, eu vinha pela esquerda, senti que um individuo com envelopes grandes debaixo do braço, se encostava muito a nós, como se em vez de um duo, fossemos um trio, desconfiei e a minha amiga nada, era muita gente a atravessar no semáforo..então deixei-me ficar um tico para trás, e vejo-o a abrir a carteira (o fecho era como o dos antigos porta moedas bastava rodar os dois dedos polegar e indicador para abrir sem ruido) dela já que ficava a meio da cintura pendurada..grito logo, nem quiz saber se ele podia bater, se espetar faca,se..sei lá...tamananda olhe a carteira, o tipo sente-se apanhado..Julgam que desatou a correr?' continuou a andar de envelope debaixo do braço apressado e eu sempre a olhar atónita, atravessa para o outro lado e faz-me sinal como quem diz!! Espera..eu apanho-te!!! e ria-se todo gostoso pa mim e faz cara de..apanhas-te-me..parabéns..a interessada nem notou nada!!!a carteira aberta e o porta moedas ali à mão que seria o segundo passo, não fosse a bolinha estragar os planos com a gritaria no meio da rua!!
sim, sim, já me contaste várias cenas em k apanhas os bandidos mto antes deles actuarem, pelo facto de topares os planos deles lendo-lhes os lábios eheheheh lembras-te no almoço de aniversário da nina africana??? não estava uma dupla a planear gamar as carteiras dos convivas? eheheheh
pois eu tenho pra mim que esta "dupla" fez toda a quela diversão para distrair alguém que subia avenica acima descontraidamente! E quem seria? mas juro que só no fim entendi o plano.
Até é bem provável que estivessem a meu lado na pastelaria Vitória, enqto eu bebia o café e tivessem observado a pulseira de ouro e a minha descontracção (carteira quase sempre aberta, etc.)
Acho até que esta seria uma táctica usada por ali, só não resultou comigo, não que eu seja mto astuta, juro k nem me passou pla cabeça que eu seria o alvo! só no fim concluí assim, ao ver o tal 3º elemento que os aguardava e a expressão de frustração e desalento deles!
O que me parece é que a dupla faria a diversão k me manteria distraída; quem me roubaria seria o 3º elemento a quem eu nem teria tempo de ver as fuças! fantasias da minha cabeça??? é possível eheheh
conhecedora de "n" tácticas usadas, incluindo as diversas variantes do "conto do vigário", foi esta a conclusão a que cheguei, mas é claro k posso mto bem estar errada.
pode ser um dos mtos juizos errados k todos nós fazemos ... fantasia da minha carola ... má apreciação de factos por deformação profissional eheheheh
mas, "nunca facilitando ... o seguro morreu de velho" :-))
Ihhh Já nem me lembrava disso, mas foi assim memso, eles estavama fazer descontração (falsa e até acenavam com a cabeça em direção às nossas cadeiras e eu a olhar pó lado ahh foi assim mesmo, depois de avisadas por mim e retirarem as carteias dos lugares onde estavam..lá se foram embora, mas estavam mesmo a preparar a coisa nas calmas e tomaram café e tudo!!!
Para não te traumatizar, vou 'achar' que não serias a vítima :)
Fica-te pelo menos o consolo da dúvida, bem mais simpatica, neste caso, do que a certeza ;)
tá bem, Ahlka :-) concordo eheheh
Assim como assim nada aconteceu de grave, plo menos k eu visse ... ou sentisse :-)
às tantas, eram 3 brincalhões a jogar às escondidas eheheh ou a fazer um crosso Avenida acima, abaixo eheheh
Eu acho que esses bonacheirões que te seguiam (ops! parece que iam à tua frente) não têm cara de fazer mal a uma mosca!
:-)
Eu, pela descrição, acho que alguém, pelo menos naqela altura, se livrou de ser assaltado.
:)
Beijo
Olá, Jotabê
que havia ali marosca, não tenho dúvidas ... se era eu ou não o isco, nunca saberei.
Eles sonham-nas de noite para as pôr de dia em prática.
A propósito, vem aí um período em k todos os olhos são poucos para estarmos alerta!!!
Enviar um comentário