Nasci e vivi até aos 14 anos numa aldeia da Beira Interior, fiz de tudo um pouco e assisti a várias cenas que ainda hoje me fazem rir.
A casa dos meus pais ficava um pouco afastada do aglomerado de habitações e estava inserida numa pequena quinta com declives. Ao fundo da horta passava uma estrada, em terra batida, usada pelos habitantes da aldeia que ali passavam com os animais a caminho das roças. Uma parede com mais de 2 metros de altura separava a nossa propriedade do caminho, ao longo da qual o meu avô plantara uma fila de videiras que cresciam enleadas em arame, deixando pender enormes cachos que despertavam a cobiça de quem passava.

Ali não passavam carros, sendo o acesso feito a pé, a cavalo, ou em carroça puxadas a burros. Durante o verão, carregava-se às costas ou à cabeça tudo o que era necessário para o Inverno: Lenha, sacas de pinhas, molhos de mato (giestas e fectos), fardos de palha, etc..
Eu e os meus irmãos costumávamos deitar-nos à sombra das videiras e ali ficávamos a observar quem passava. Foi nessa posição que um dia assisti a uma cena insólita que na altura muito deu que rir e falar.
Ao cimo do caminho, avistei 2 mulheres, carregando cada uma delas um enorme molho à cabeça que quase lhes tapava por completo o rosto. A cena era habitual, mas naquele dia deslocavam-se de modo estranho. Não entendia se riam, se choravam, se gemiam, mas pareciam caminhar aflitas como se algo as perturbasse. Parecia quererem livrar-se do fardo, caminhando, de pernas ligeiramente afastadas e andar desengonçado.

À medida que iam avançando, nesse preparo, em minha direcção, a minha curiosidade aumentava, pelo que resolvi manter-me escondida.
Já perto de mim, como a parede da propriedade em frente era mais baixa, a que vinha à frente largou bruscamente sobre ela o molho que trazia e a que vinha atrás imitou-a e ali mesmo, entre gritos, gemidos e palavrões à mistura, ouviu-se o típico barulho de 2 intestinos a esvaziar, sem que as desgraçadas tivessem sequer tempo de se baixar ahahahahahah
Palavra passa palavra, começou a juntar-se gente e logo ali se soube o que tinha acontecido. Um pouco mais acima, havia um muro onde as mulheres faziam poiso para descansar e junto a este havia uma grande macieira que todos os anos carrega de linda maçãs vermelhas. O dono andava furioso porque nunca chegava a provar os ditos frutos ... desapareciam mal começavam a amadurecer.
Nesse ano, tinha decidido que descobriria quem era o descarado que lhe roubava as maçãs!!! Durante a noite tinha-as besuntado com um laxante forte e ficara a aguardar o resultado ... havia de apanhar o ladrão !!! ahahahah
Naquele dia fiquei com a certeza de que havia uma incompatibilidade qualquer entre a maçã e a mulher ... bem me lembrava do que acontecera a EVA no Paraíso.
