
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis" !!!
* A VEÍCE *
Vô contá como é triste,
vê a veíce chegá,
vê os cabêlo caíno,
vê as vista encurtá.
Vê as perna trumbicano,
com priguiça de andá.
Vê "aquilo" esmoreceno,
sem força prá levantá.
As carne vão sumino,
vai parecêno as vêia.
As vista diminuíno e cresceno a sombrancêia.
As oiça vão encurtano,
vão aumentano as orêia.
Os ôvo dipindurano e diminuíno a pêia.
A veíce é uma doença que dá em todo cristão:
dói os braço,
dói as perna,
dói os dedo,
dói a mão.
Dói o figo e a barriga,
dói o rim, dói o pulmão.
Dói o fim do espinhaço,
dói a corda do cunhão.
Quando a gente fica véio, tudo no mundo acontece:
vai passano pelas rua e as menina se oferece.
A gente óia tudo,
benza Deus e agradece,
correno ligeiro prá casa, procurano o INSS.
No tempo que eu era moço,
o sol prá mim briava.
Eu tinha mil namorada,
tudo de bão me sobrava.
As menina mais bonita,
da cidade eu bolinava.
Eu fazia todo dia,
chega o bichim desbotava.
Mas tudo isso passô,
faz tempo ficô prá tráis
as coisa que eu fazia,
hoje num sô capaiz.
O tempo me robô tudo,
de uma maneira sagaiz.
Prá falá mesmo a verdade, nem trepá eu trepo mais.
Quando chega os setenta, tudo no mundo embaraça.
Pega a muié, vai pra cama, aparpa, beija e abraça,
porém só faz duas coisa: solta peido e acha graça.
Poesia em linguagem de matuto (caipira, gente da roça).
(recebida, via e-mail, do meu querido Amigo Gilinho)
A fita, que ainda guardo
Na caixinha que me deste
Cheia de bombons
Para me adoçares a boca
Com as palavras que dirias
Naquele dia tão distante.
Há dias que andava a cismar com isto. As amigas acusavam-na de ser demasiado tagarela, de nunca calar a matraca, de falar até pelos cotovelos!!!
- Um dia ainda te enfiamos uma rolha de cortiça na boca! Diziam-lhe com frequência.
Era Carnaval e ocorreu-lhe pregar-lhes uma partida. Mascarar-se-ia de múmia. Assim, fazia-lhes a vontade mantendo-se calada, mas pregava-lhes um valente susto.
A Chefe, uma Senhora próximo dos 70 anos, deixou escapar um grito, deixando-se cair, desfalecida na cadeira, situada próximo da sua secretária. Duas colegas, embrenhadas no trabalho, olharam-na e apressaram-se a socorrê-la, convencidas de ter sido acometida de algum mau estar súbito. Mas logo um segundo grito se ouviu, vindo de outro canto da sala e todos olharam na direcção da múmia que, em passo rápido, percorria toda a sala.
Era suposto o chefão não ir nesse dia à empresa, mas um imprevisto alterara-lhe os planos e, no exacto momento em que a múmia abandonava a secretaria, deixando atrás de si um aparatoso reboliço, ao atravessar o pequeno corredor que dava acesso ao elevador e ao hall, por onde pretendia escapulir-se, eis que a porta do elevador se abre e surge a figura do Big Boss.
Alérgica como era ao Director, a múmia não conteve um espirro e ...
Um dia ele encontrou uma mulher sozinha com um molho de lenha à cabeça e, soprando com força, atirou a mulher ao chão.
Ela injuriou-o, rogou-lhe tantas pragas que o vento se foi queixar ao Senhor.
E o Senhor disse:(Lenda, publicada no Netescrita)
As comemorações de 14 de Fevereiro, dia de S. Valentim, como dia dos namorados, têm várias explicações – umas de tradição cristã, outras de tradição romana, pagã.
A Igreja Católica reconhece três santos com o nome Valentim, mas o santo dos namorados pensa-se ter vivido no século III, em Roma, tendo morrido como mártir no ano 270. Em 496, o papa Gelásio reservou o dia 14 de Fevereiro ao culto de S. Valentim.
Valentim era um sacerdote cristão contemporâneo do imperador Cláudio II. Cláudio queria constituir um exército romano grande e forte; não conseguindo levar muitos romanos a alistarem-se, acreditou que tal sucedia porque os homens não se dispunham a abandonar as suas mulheres e famílias para partirem para a guerra. E a solução que encontrou… foi proibir os casamentos dos jovens! Valentim ter-se-á revoltado contra a ordem do imperador e, ajudado por S. Mário, terá casado muitos casais em segredo. Quando foi descoberto, foi preso, torturado e decapitado a 14 de Fevereiro.
A lenda tem ainda algumas variantes que acrescentam pormenores a esta história. Segundo uma delas, enquanto estava na prisão Valentim era visitado pela filha do seu guarda, com quem mantinha longas conversas e de quem se tornou amigo. No dia da sua morte, ter-lhe-á deixado um bilhete dizendo «Do teu Valentim».
Quanto à tradição pagã, pode fundir-se com a história do mártir cristão: na Roma Antiga, celebrava-se a 15 de Fevereiro (que, no calendário romano, coincidia aproximadamente com o início da Primavera) um festival, os Lupercalia. Na véspera desse dia, eram colocados em recipientes pedaços de papel com o nome das raparigas romanas. Cada rapaz retirava um nome, e essa rapariga seria a sua «namorada» durante o festival (ou, eventualmente, durante o ano que se seguia).
Com a cristianização progressiva dos costumes romanos, a festa de Primavera, comemorada a 15 de Fevereiro, deu lugar às comemorações em honra do santo, a 14 de Fevereiro.
Há também quem defenda que o costume de enviar mensagens amorosas neste dia não tem qualquer ligação a S. Valentim, mas deve-se ao facto de assinalar o princípio da época de acasalamento das aves.
Com o decorrer do tempo, o dia 14 de Fevereiro ficou marcado como a data de troca de mensagens amorosas entre namorados, sobretudo em Inglaterra e na França – e, mais tarde, nos Estados Unidos. Neste último país, onde a tradição está mais institucionalizada, os cartões de S. Valentim já eram comercializados no início do século XIX. Actualmente, o dia de S. Valentim é comemorado em muitos países do mundo como pretexto para os casais de namorados trocarem presentes.
(texto da net)
Nota: Este ano não tive direito à minha habitual florinha :-( resulta daí, em parte, a minha falta de inspiração para um tema alusivo ao DIA.
Que bom foi encontrar-te
Naquele dia enevoado
Junto ao mar bravio,
Vieste sentar-te a meu lado.
Sobranceiro ao mar,
Olhei-te incrédula
E já nem senti medo …
Do fica bem ou fica mal …
E por quaisquer razões,
Falariam sempre mal …
Deixei que me enlaçasses,
E senti-me bem a teu lado,
E senti que não era pecado.
Realizar um desejo,
Que era apenas ilusão e, sozinha,
Abandonei o paredão.
(Laura)
Estávamos em 1982 e a Assembleia da República debatia a despenalização do aborto. O então deputado do CDS, João Morgado, argumentou: «O acto sexual é para ter filhos». Natália Correia (na altura deputada do PS) subiu à tribuna para responder com um poema muito original. As gargalhadas obrigaram à interrupção dos trabalhos.
Afinal, há ou não rosas azuis!?
Procurei e encontrei! Há rosas "azuis, sim!!!
Eis aqui uma bem azulinha :-))
Segue-se um texto que copiei alusivo à tão almejada ROSA.
O comendador Luiz de Faria acabava de fechar os olhos à velha marquesa de São Justino, adoçando-lhe o momento da morte com a noticia alvissareira e mentirosa da completa regeneração do seu neto, o estudante Guilherme de Araújo, quando o encontrei à porta da casa funerária, à espera do seu automóvel. Abalado, ainda, pela emoção daquele instante, em que tivera de lançar mão de uma falsidade para perfumar o último sopro de uma vida de virtudes e sofrimentos, o antigo par do reino português aceitou um lugar no meu "taxi", e confessou-me, em viagem:
- A mentira, meu amigo, é, às vezes, uma necessidade. Aquela de que me socorri há meia hora, para suavizar a morte de uma santa, de uma senhora cuja maior esperança consistia no futuro de um neto que se desgarrara do lar, era tão necessária como a do prior da Cartuxa para alegrar a agonia daquele célebre monge do Bussaco.
Eu olhei, interrogativamente, o meu companheiro de viagem, e ele, percebendo a ignorância, indagou, com admiração:
- Não conhece, então, a lenda da rosa azul?
À minha afirmativa, que lhe pareceu estranha, o comendador apoiou as mãos robustas no castão de ouro da bengala, e contou:
- No Mosteiro da Cartuxa, no Bussaco, em Portugal, vivia, em séculos que já se foram, um piedoso e santo monge, cuja vida se consumia, inteira, entre a oração e as rosas. Jardineiro da alma e das flores, passava ele as manhãs de joelhos, no silencio da nave, aos pés de um Cristo crucificado, e as tardes, no pequeno jardim da ordem, curvado diante das roseiras, que ele próprio plantava e regava.
O comendador interrompeu um momento a narrativa, recostou-se na almofada, e continuou:
A sua paciência de jardineiro era absorvida, entretanto, por uma idéia, que era um sonho: encontrar a rosa azul das legendas do Oriente, de que tivera noticia, uma noite, ao ler os poemas latinos dos velhos monges medievais. Para isso, casava ele as sementes, os brotos, fundia os enxertos, combinando as terras, com que as cobria, e as águas, com que as regava, esperando, ansioso, o aparecimento, no topo da haste, do sonhado botão azul! Ao fim de setenta anos de experiências e sonhos, em que se lhe misturavam na imaginação as chagas vermelhas de Cristo e as manchas celestes da sua rosa encantada, surgiu, afinal, no coroamento de um galho de roseira, um botão azul, como o céu. Centenário e curvado, o velhinho não resistiu à emoção; adoeceu, e, conduzido à cela, ajoelhou-se diante do Crucificado, pedindo-lhe, entre soluços pungentes, que, como prêmio à santidade da sua vida, não lhe cerrasse os olhos sem que eles vissem, contentes, o desabrochar da sua rosa azul.
Uma nova pausa, e o meu companheiro tornou:
- Em volta do santo velhinho, no catre do mosteiro, todos choravam, compungidos. E foi, então, que, divulgada de boca em boca, foi a noticia ter a um convento das proximidades, onde jazia, orando e sonhando, uma linda infanta de Portugal. Moça e formosa, e, além de formosa e moça, - fidalga e portuguesa, compreendeu a pequenina freira, no jardim do seu sonho, o valor daquela ilusão, e correu à sua cela, consumindo toda uma noite a fazer, com os seus dedos de neve, uma viçosa flor de seda azul, que perfumou, ela própria, com essência de gerânio. E no dia seguinte, pela manhã, morria no seu catre, sorrindo entre lágrimas de alegria, por ter nas mãos tremulas, por um milagre do céu, a sua rosa azul!
O "taxi" parava no meio-fio da calçada, o comendador acrescentou, estendendo-me a mão agradecida: