terça-feira, setembro 15, 2009

Fechado em casa

Um texto da Laura de réstea de sol sobre um conjunto de "chaves" e o recente aniversário do meu mano trouxeram-me à memória uma (hi)estória engraçada que envolve chaves, ou antes a ausência delas, uma cena que certamente ele há muito esqueceu, mas a mim ainda hoje faz rir (e não rimos todos nós do mal? ahahahah)

Apesar do meu irmão Carlos não ser o mais próximo de mim no grupo de 6 irmãos, separando-nos 5 anos de idade, mantivemos sempre uma relação de partilha e cumplicidade, sendo ainda hoje aquele a quem me liga o maior laço afectivo.

A sua imagem nas memórias da minha infância é muito ténue, mas há um pormenor que mantenho vivo e que tem a ver com a alcunha que nós, os irmãos, atribuíamos uns aos outros, tendo no caso aproveitado um desabafo da mãe que certo dia proferiu a seguinte frase:

- "Este miúdo é tão magrinho que nem cu tem"! E pronto, entre nós passou a ser "o sem cu" eheheh


Os nossos pais mantiveram-se na aldeia, mas eu e 2 dos meus irmãos viemos muito cedo para a capital e por cá nos orientámos. Sem progenitores por perto e como irmã mais velha, entretanto casada, era em minha casa que passavam alguns dos fins de semana livres, assim como foi com o meu apoio que contaram quando chegou a hora de cumprir o serviço militar obrigatório.


Uma das vezes em que o meu irmão ficou lá em casa, na Segunda Feira saí cedo como habitualmente, deixando-o ainda a dormir, pois só iniciava o trabalho às das 11 horas. A ideia era ele deixar a porta no trinco quando saísse, como era hábito.

A meio da manhã recebo um telefonema de uma vizinha dizendo que o moço estava fechado em casa!Eu tinha simplesmente fechado a porta à chave e ele não tinha como sair do 6º andar (ainda não tinham inventado o "red bull" eheheh)

O coitado tinha-se visto grego para me fazer chegar o recado! Colocara-se de plantão à janela, que nem "carochinha à espera do João Ratão" na esperança que alguma vizinha saisse ou entrasse pelas traseiras, para onde dava a janela do seu quarto, para mandar recado, dado que nessa altura eu não tinha telefone em casa.

Claro que 5 minutos depois o rapaz foi libertado, pois a minha madrinha que morava no 7º andar sempre teve chave da minha casa e lá resolveu a situação ahahah

Mas durante algum tempo ambos rimos da cena caricata.


12 comentários:

Cusca Endiabrada disse...

ihihihihihi VIROSCA!!! pois assenta-te que nem luva! Tens mesmo carinha de "virosca"

Mas conta aí ...

Como foi que ganhaste essa alcunha tão psicadélica? Conta, conta, conta!

Teté disse...

Já estou como a Cusquinha: onde arranjaste essa alcunha? Vais contar, né?! :)

Mas esses reflexos de fechar a porta à chave, mesmo quando não é suposto, acontecem a todos. Um dia também saí e estava lá a empregada, mas ao ouvir a chave a rodar na porta começou logo a gritar... eh, eh, eh! Enfim, também se resolvia mais rápido, com os telelés e afins! Mas fechar a mulher em casa é mau, parece aquelas cenas da escravatura, "ficas aí a trabalhar até eu te soltar..." :)

Beijocas, nina!

Zé do Cão disse...

O que pretendias era fazer com que o mano, ficasse a guardar-te o abrigo.

Afinal és ao contrário da minha sogra. Essa perde as chaves todas e portanto sem chaves a porta está sempre no trinco. A chave do quintal, tal como as outras também as perdeu e por isso a porta fica aberta, teve de ser rebentada e mora em rez do chão.
São essas historia que nos fazem reviver.
Biquinhos, querida amiga

Helena Teixeira disse...

Olá!
Bem,já me aconteceu ficar fechada no wc com 1 prima em pânico e eu a ouvi-la aos gritos.Tinha 8 anos e estava calma à espera que abrissem a porta.Mas ela nao,com 9 anos,parecia 1 sirene.Também há a vez em que fomos ao Caramulo e a chave ficou no carro,ele trancou por dentro,estava a nevar...maravilha..tudo a bater o dente de frio e a procura dum mecânico...:)
Sim,já agora conta lá isso das alcunhas :)
Jocas gordas
Lena

mary90 disse...

Olá Pascoalita.
Ah ah ah!
Mas que dupla de sucesso.
Um sem cú e uma virosca, isto dava um filme.:)
Bom fim de semana.
Beijocas

Pascoalita disse...

Cusca, Teté e demais curiosos,

A minha alcunha tembém foi na sequência de um desabafo maternal eheheh

Sempre que fazia asneira e mãe tentava apanhar-me com a vassoura artesanal, feita de giestas, eu virava-me obrigando-a a falhar o alvo. Bastou uma vez ela deixar escapar o termo "virosca" para ser rebaptizada pelos catraios eheheh

O mais engraçado é que quando criei o meu endereço electrónico, descobri que não sou única ... anda por aí pelo menos mais uma virosca que até gostava de encontrar eheheh

Pascoalita disse...

Teté,

Já fiquei fechada, sozinha, num elevador e algumas vezes no metro e mantenho-me calma.

O meu sistema nervoso reage pior a outro tipo de coisas.

Mas naquele dia, se a madrinha não tivesse chave ou não estivesse em casa, teria sido chato, já que a minha casa ficava bastante longe do local de trabalho, no centro da cidade.

Pascoalita disse...

Zezito,

Já te imaginaste fechado num 6º andar? Conheço quem ficaria estérico numa situação dessas.
Aliás, recentemente a minha madrinha que continua a morar no 7º andar, entrou em parafuso e com razão:

O padrinho mandou aplicar uma porta à prova de assalto que inclui uma tranca com chave. Há dias, depois de ter colocado a tranca, lembrou-se que tinha deixado as chaves em Cascais eheheh

a madrinha sentiu-se enjaulada, entrou em parafuso e só sossegou quando ele recorreu ao "arranca pregos" e desmontou a tranca eheheh

Pascoalita disse...

Lena

Trabalho num 4º andar e há uns anos atrás, o director do departamento, na altura com cerca de 60 anos, ficou fechado no elevador, ali a uns centímetros de nós.

Tocou o alarme e em menos de 2 minutos já transpirava e dizia que lhe faltava o ar.

por ordem dele, uma contínua foi buscar um martelo e partiu o vidro para ele sair.

Mas não havia necessidade, porque a caixa do elevador era ventilada e o pessoal da manutenção nem demorou muito a chegar.

alguns de nós bem o gozamos na altura ahahah

Pascoalita disse...

Pois é, Mary

Durante mais de uma década, éramos mesmo uma DUPLA coesa! Cheguei a acreditar que nada interferiria na nossa forte relação de irmãos.

Mas chegada a hora de constituir o seu núcleo familiar, tudo mudou.

Por um lado, sei que é natural e não constitui uma preocupação, porque sei que é feliz e isso é o mais importante, mas não era necessário nem obrigatório o "corte" e sinto muitas saudades de nós, entendes?

Milu disse...

Também tenho um irmão com o nome Carlos, é mais velho do que eu 2 anos. Na nossa infância e adolescência não nos demos muito bem, actualmente só nos vemos raramente, visto que cada um de nós fez a vida cada um por si. Por ser mais velho, pensava que podia mandar em mim, no que era apoiado pela minha mãe, que tinha tido uma educação nestes termos. Porém, eu achava que um irmão mais velho não servia só para mandar nos irmãos mais novos, mas, também, para lhes dar bons exemplos, que não era o caso. Também costumávamos pôr alcunhas uns nos outros, eu chamava-lhe o "cáolho", por ele ter a íris de um olho um pouquinho, quase imperceptível, desviada em relação ao que deveria ser normal, fruto de uma pedrada que levou no olho, numa das brincadeiras parvas que costumava ter com outros rapazes. Também lhe chamava o "cabalhão", por não lhe poder chamar cabrão, para evitar que a minha mãe me batesse, já que não gostava mesmo nada destas coisas. O certo é que as alcunhas que eu inventava costumavam ser roubadas por colegas minhas, para também chamarem aos irmãos. Não tinham mesmo imaginação nenhuma!Um bom Domingo.
Um beijinho.

L.S. Alves disse...

Pascoalita tanto minha esposa já me trancou dentro de casa e foi trabalhar quanto eu a tranquei do lado de fora e fui viajar. Hoje em dia a gente até ri, mas quando eu estava em outra cidade e ela me liga desesperada dizendo que estava ao relento o pega foi feio. Por sorte ela soube se virar e em pouco tempo já estava dentro de casa.
Um abraço moça.