domingo, setembro 06, 2009

Bárbara mutilação

O que mostra a foto?

Um simples conjunto de fio e medalha em ouro, certo? Não, é um pouco mais do que isso. A bonita medalha em vitral, foi um presente que eu dei a mim própria por ocasião do nascimento do meu primeiro filho, há 28 anos, tendo por isso grande valor sentimental.

Já o fio tem uma história um pouco triste. Trata-se de um de quatro fragmentos a que foi sujeita uma bonita peça, um cordão com quase 100 anos que a minha sogrinha, contrariamente ao que eu sempre lhe sugeri, com a cumplicidade de um insensível ourives, cometeu a insensatez de o fragmentar, com o fim de presentear as noras, cabendo-me um pedaço de 50 cm.

Não imagino qual o valor comercial da peça, mas apesar de actualmente nem usar ouro, apenas pelo valor estimativo, cheguei a atribuir-lhe o valor de 1.000€ para manter o cordão intacto.

Sinceramente olhando para este pedaço de ouro aparentemente novo, chego a duvidar que o "intruja" tenha tido a coragem de mutilar tão bonita peça.




17 comentários:

mariabesuga disse...

Era hábito fazer isso. Cortavam-se as peças a deixar de herança a filhas e/ou noras. Dos fios faziam-se pulseiras... Esse ao que me parece era um daqueles cordões grandes lindíssimos... deu então para cortar e fazer fios. Pena que não tenha sido mantido intacto.

Eu comprei há anos (muitos) uma peça dessas e fiquei de comprar uma medalha logo que encontrasse uma de que gostasse e nunca mais comprei. O cordão já o dei à minha filha mas, inteiro. Comprarei uma medalha de que ela goste para lhe completar o sentido.

Pena é que já nem usemos estas peças que as há lindíssimas. Mas há tantas circunstâncias proibitivas ou limitativas... e peças práticas e acessíveis para usar todos os dias...

Beijinhos Pascoalitae guarda bem a memória de quem veio esse bocadinho como se fora a peça toda.

Milu disse...

Olá Pascoalita, então, já recuperaste da maleita? Espero que sim, que estejas de saúde. Pois também tenho algum ouro que nem sequer uso. Parece-me que está um bocado "demodé". Confesso que já nem gosto de ver aquelas velhas senhoras carregadas de cordões e pulseiras do nobre metal. Parece ostentação de quem se governou bem na vida. Ainda assim podia colocar uma peçazinha discreta mas a verdade é que desde que perdi uma pulseira lindíssima fiquei com receio de o perder. Se coloco uma pulseira ando constantemente a olhar para o pulso, para verificar de ainda lá continua. Ora, se é para andar com esta preocupação, então, mais vale não usar o ouro. Optei por usar bijutarias, que as há bem lindas e modernas!
Um beijinho.

Parisiense disse...

Quantos cordões não foram assim divididos!!!!! Mas esta era uma boa solução para que mais tarde não houvesse conflitos entre os filhos......

Tem aí uma linda peça.

Beijokitas

Montana disse...

Faço minhas as palavras da Parisiense. Assim todos ficavam com uma pequena recordação.Tenho
algumas peças herdadas mas só as uso em alguma ocasião muito especial. No dia a dia só coisas muito simples.
Espero que já estejas melhor das tuas maleitas.

Pascoalita disse...

mariabesuga,

Claro que isso acontece sempre que não há peças suficientes para contentar todos.
Mas também é comum, avaliar-se uma peça e quem mais valoriza, ter de dar a parte aos restantes herdeiros. Procedeu-se assim com uma bonita corrente do meu sogro que ficou para o filho mais novo.

Tenho muitas peças em ouro, todas compradas por mim. Este fio ficará guardado à espera da chegada de uma neta eheheh

Pascoalita disse...

Miluzita,

Amanhã vou trabalhar, mas não estou muito melhor. Talvez tente ir ao médico de gastro a ver se faço um tratamento a sério.

Também não gosto daquelas peças muito grossas, nem de usar muito ouro de cada vez. Aliás, agora não uso nenhum. Mas acredito que voltará a estar na moda.

Tenho resmas de colares, pulseiras e brincos de "pichebeque" eheheh

jinho a ti e boa semana

Pascoalita disse...

menina parisiense,

Se é para evitar conflitos, então que seja eheheh

De facto, não havia ouro que chegasse para pesentear todos e como são 3 netqas, um cordão ficava curto.
Mas a meu ver foi um "crime" dividi-lo em 4 pedaços.

jinhos

Pascoalita disse...

Montana,

A ideia foi essa, claro. As intenções foram as melhores. Aliás, eu fiquei a ganhar, já que se a minha sugestão tivesse sido aceite, teria despendido 750€ que provavelmente o cordão nem valia.

Fica a recordação

Boa semana jinho

Conversa Inútil de Roderick disse...

Enfim...!

Zé do Cão disse...

Havia de ser bonito a minha avô dar às noras e às filhas, bocados de fio de ouro.
Não havia ouro de chegasse. Elas tiveram 18/19 filhos.
A "belhada" antiga, quando vai ao médico, vão sempre aperaltada e com as "voltas" penduradas no pescoço.
Lá na terra do Norte onde vivi, conheci uma que era assim que fazia.
Teve um tempão sem ir tratar das maleitas, até que chegou o dia de de apresentar para levantar o atestado a provar que estava viva.
(para receber a reforma, todos os anos era necessário.- Agora, não, pagam uma data de meses, mesmo depois de terem partido, desta para melhor. Nunca foi tão verdade este dito).
Se o cordão tinha 7 voltas, verificou, que já lhe data volta e meia. Teria sido lavado com água quente e teria encolhido? Não nada disso, a sua empregada, tinha-se encarregado, de, de quando em quando ir ao ourives e mandar cortar um bocado, mas estava com as finanças em baixo e foi a maneira de resolver o equilíbrio.
Biquinhos

Pascoalita disse...

Oi, nino Roderick

As coisas vão mal por aqui ... tens de me ensinar uma mágica ou talvez seja o caso de iri ao Professor Caramba eheheh

jinhos

Pascoalita disse...

eheheh só tu me fazias rir, Zé :)*

Na verdade, não havia ouro que chegasse para dividir pela filharada eheheh

Conta a minha mãe que a minha avó materna que mal conheci, tinha um cordão de ouro, mas quando conheceu aquele que viria a ser o meu avô, este fe-lo vender para comprar um "cabeço" do qual fez uma grande quinta. Não chegou a comprar outro.

jinho grande

Susana Falhas disse...

Olá Pascoaita: Espero que já estejas melhor.

Quanto ao ouro... essa peça deve ter sindo lindíssima, antes de ter sido cortada...sei que a minha avó tinha um cordão idêntico , mas não teve que o transformar: deu-o apenas à filha(minha madrinha). Penso que nem passou pela cabeça de o partilhar às noras.

Da minha avó tenho apenas uma lembrança que ela me deixou, quando tinha três/quatro anos: uma parte da cama de ferro lindíssima, que ando a ver se o transfomo em banco de jardim.
Quanto ao ouro, sinceramente uso um fio finhinho e alguns anéis, no dia a dia. Para além disso no tempo que corre é perigoso andar por aí enfeitada. Acho , sim um exagero quando oferecem ouro a bébés, que acabam por nunca o usar...
Bjs e boa semana!

africana disse...

Tambem tenho la um desses, a ideia da minha mae era exatamente essa,dividir em 4 para cada neto, mas como ela agora já nem se lembra dele..nao mando dividir cois nenhuma!

Zé do Cão disse...

Adorei o comentário da Africana.

Assim é que é, ganda mulher.

Vou ver se arranco com o post sobre as vindimas, para a Susana. Coitada da moça, depois das uvas pisadas nem chega a provar a pinga.

Beijocas

Laura disse...

Nina, é memso assim que fazem quando só há um cordão, e, dá-te por sortuda, podia calhar-te apena spara uma pulseirinha, coisa que acontece entre muitas familias...com muitos herdeiros...Beijinhos e a peça é linda, usa-la? laura.

Pascoalita disse...

Susana,

Um bocadinho melhor, brigada :)*
Bo, boa, será difícil, já que nunca fui eheheh
Depois, como o que não tem remédio, remediado está, não posso combater a "causa", restam-me 2 alternativas:
Ou digo adeus ao meu P.T. e adquiro sossego, ou vou aguentando até que uma macacoa mais teimosa do que eu me derrube eheheh
Jinhos

nina africana (xiiiii já tinha saudades de te ver aqui. Té parece que estamos muito longe uma da outra eheheh)

"Tambem tenho la um desses ..."

E eu não sei? A propísito, podiamos fazer uma troca, queres? Olha que em termos de "valor sentimental andsaria ela por ela eheheh)
jinhos

Zé,

Isso mesmo! Bora lá a por preto no branco uma das mil e uma histórias lembranças que deves ter, relacionadas com uvas, vinho, vindimas, lagares tuneis e afins.

jinhos

Laura,
Eu sei que se faz assim, mas não sabes que eu sempre fiz questão de ser diferente? Detesto fazer algo só por hábito.
Não, actualmente não uso ouro, não só por receio de o perder ou deixar roubar, mas porque de há uns anos a esta parte passei a vestir roupa mais prática com a qual combina melhor bijutaria em fantazia, que como sabes tem estado muito em voga. Mas obviamente que tenciono voltar a usar, assim a ocasião seja propícia.

jinhos