Texto da minha participação na Blogagem Colectiva que decorre mensalmente na
Aldeia da Minha Vida. Participe votando e comentando.
Apesar de não ser fã do Carnaval, adoro uma boa partida e sempre reagi mal a imposições que revelem arrogância e prepotência.
Foi assim interpretada a decisão do 1º Ministro Cavaco Silva, quando no ano de 1993(?) decidiu não dar tolerância de ponto na Terça Feira de Carnaval, obrigando os funcionários a comparecer ao trabalho (quem se lembra?)
Tal decisão desencadeou ondas de revolta e manifestações de vária ordem, tendo em mim despertado o meu lado irreverente, levando-me a seguir à risca a máxima popular "é Carnaval, não se leva a mal" eheheh
E a vítima escolhida para as minhas travessuras carnavalescas foi nem mais nem menos que o Director do Departamento onde trabalhava, homem sisudo, com fama de autoritário que não tolerava o menor abuso. Naquele dia viu-se a braços com coisas muito estranhas! Primeiro fora uma chamada do Serviço Informativo dando-lhe os resultados desportivos, depois o Boletim Meteorológico e seguida da empregada da Fábrica de Sacavém pedindo-lhe a medida do cu para que o penico lhe ficasse bem e por fim várias chamadas eróticas, se bem que dessas até tinha gostado e nada tinha a reclamar eheheh. Mas o momento mais excitante ocorreu após uma breve ausência, quando alguém o informou que uma ex-colega de faculdade o aguardava no gabinete.

Vaidoso, qual Dom Juan, ficou estático, de olhos esbugalhados perante a visão da dama de cabeleira loira, pernas cruzadas que, sentada no cadeirão junto da sua secretária, o aguardava. Quem seria a sensual mulher que tomara a liberdade de entrar assim no seu gabinete?!? Avançou para ela de mão estendida, só depois se apercebendo que a bela loira não passava de um manequim estrategicamente preparado para o fazer cair na armadilha eheheh
A brincadeira podia ter-me saído cara se não tivesse dado corda aos sapatos imediatamente e não fosse o dia seguinte Quarta Feira de cinzas, o primeiro dia da Quaresma que apela à penitência, tolerância e fraternidade, mas posso afirmar que nunca me diverti tanto como nesse Carnaval.