terça-feira, novembro 10, 2009

Falando sobre o Magusto

Aproxima-se o dia de S. Martinho e, como não podia deixar de ser, na Aldeia da minha Vida fala-se do tradicional Magusto ...

Falar de castanhas é recordar o Padre Eduardo, o melhor cristão que já conheci, pároco da aldeia beirã do Concelho de Trancoso, onde nasci e vivi a infância.

Das tias herdou um grande soito, situado no cimo de um monte, contíguo ao campo de futebol, cujo terreno ele cedera, proporcionando enorme alegria à rapaziada local.

Mal os ouriços começavam a sorrir, o Toninho, seu protegido desde que ficara orfão em criança, montava guarda ao soito e por lá passava os dias apanhando a castanha. Por altura do S. Martinho, o padre Eduardo reunia um grupo de crianças e em conjunto faziam a caminhada enquanto iam rezavam o terço, monte acima. Lá chegados, enquanto alguns ajudavam na apanha da castanha, os outros juntavam caruma e pequenos troncos que recolhiam no pinhal próximo e em grande animação acendiam a fogueira para o magusto. No fim do dia, os voluntários carregavam o saco com as castanhas que sobravam e fazia-se o caminho de regresso ao som de mais umas "Avé Marias".

No Departamento onde trabalho comemoramos o S. Martinho com um magusto reforçado, que inclui: Castanhas vindas directamente do produtor da zona da Guarda ou Viseu; jeropiga caseira da Beira Alta e Minho; presunto de Chaves ou da Mêda; chouriço de Arouca ou Alentejo; queijo de ovelha de Celorico da Beira e Castelo Branco; Água pé clandestina oriunda de um tasco, cujo nome não revelo nem à lei da bala e uma ou duas sobremesas (receita das ninas do grupo pascoalita e africana).

Mas agora me lembro que temos o S. Martinho à porta ... vou deitar o olho ao saco e ver o que temos para o magusto deste ano eheheh


10 comentários:

Carlos II disse...

Bem descrito!

Olha, é uma época que gosto. Porquê? Porque adoro castanhas e água pé.

Beij.

Mexicano Tarado disse...

Cozidas com erva erva doce taçmbém boas!

mano disse...

ricas castanhas! gosto principalmente assadas, acompanhadas da bela jeropiga, e sei quem as apreciava muito mesmo antes de estarem criadas.Era só o ouriço mostrar que já tinha alguma coisa.

beij.

Parisiense disse...

E eu também posso ir a esse magusto????

È que ouvi dizer que ele é de tal forma reforçado que até vai ter bola de carne, salpicão e mais umas coisitas extras....

Bom magusto.
Beijokitas

Laura disse...

Ehhh eu ja papei as castanhas e, acho que nem compro mais, as assadas no forno ficam mais secas e cada dose vai empurrada pelo vinhito do zezito e assim, mais vale deixar a garrafita sossegadinha..é que lhe estou a tomar o gosto...beijinhos e Bom S. Martinho..laura o meu blogue não está travado como a menina diz, credo, há que tempos, só está bloqueado aos anónimos...

Zé do Cão disse...

A isso chamava-se umas castanhas abençoadas. Terço para cima, Avés Maria para baixo.
Uma vez num dos sítios onde trabalhei, um artolas levou um garrafão com água pé e que a pouco e pouco mas com velocidade vertiginosa desapareceu num estante. Quem o levou, quando quis molhar o bico, já não havia nenhuma, danado ou aborrecido como queiramos, mijou para dentro do garrafão... Digo-vos que aquilo é que foi um S. Martinho (mijadinho).
Biquinhos

Maria disse...

Lindo, Pascoalita.
Que saudades tenho de castanhas. Eu adoro-as, elas fazem-me mal. Tenho que me contentar com o cheirinho.
Beijinho e bom Magusto.

L.S. Alves disse...

Parece que terás uma festa e tanto. Fiquei a pensar nessa comemoração. O pessoal do escritório da Pascoalita capricha a cada festa que passa.
Um abraço moça.

Helena Teixeira disse...

Eheheh...a menina Pascoalita teve um magusto e tanto.Bem li o comentário na Aldeia: queijo serrano,paio de Trancoso...e eu aqui com água na boca...

Jocas gordas
Lena

Teté disse...

Bom, esses magustos lá na empresa são bem animados! E depois as pessoas ainda conseguem ir trabalhar a seguir, ou fazem só ao fim da tarde? ;)

Jinhos, nina!