Um texto da Laura de réstea de sol sobre um conjunto de "chaves" e o recente aniversário do meu mano trouxeram-me à memória uma (hi)estória engraçada que envolve chaves, ou antes a ausência delas, uma cena que certamente ele há muito esqueceu, mas a mim ainda hoje faz rir (e não rimos todos nós do mal? ahahahah)

Apesar do meu irmão Carlos não ser o mais próximo de mim no grupo de 6 irmãos, separando-nos 5 anos de idade, mantivemos sempre uma relação de partilha e cumplicidade, sendo ainda hoje aquele a quem me liga o maior laço afectivo.
A sua imagem nas memórias da minha infância é muito ténue, mas há um pormenor que mantenho vivo e que tem a ver com a alcunha que nós, os irmãos, atribuíamos uns aos outros, tendo no caso aproveitado um desabafo da mãe que certo dia proferiu a seguinte frase:
- "Este miúdo é tão magrinho que nem cu tem"! E pronto, entre nós passou a ser "o sem cu" eheheh
Os nossos pais mantiveram-se na aldeia, mas eu e 2 dos meus irmãos viemos muito cedo para a capital e por cá nos orientámos. Sem progenitores por perto e como irmã mais velha, entretanto casada, era em minha casa que passavam alguns dos fins de semana livres, assim como foi com o meu apoio que contaram quando chegou a hora de cumprir o serviço militar obrigatório.
Uma das vezes em que o meu irmão ficou lá em casa, na Segunda Feira saí cedo como habitualmente, deixando-o ainda a dormir, pois só iniciava o trabalho às das 11 horas. A ideia era ele deixar a porta no trinco quando saísse, como era hábito.
A meio da manhã recebo um telefonema de uma vizinha dizendo que o moço estava fechado em casa!Eu tinha simplesmente fechado a porta à chave e ele não tinha como sair do 6º andar (ainda não tinham inventado o "red bull" eheheh)
O coitado tinha-se visto grego para me fazer chegar o recado! Colocara-se de plantão à janela, que nem "carochinha à espera do João Ratão" na esperança que alguma vizinha saisse ou entrasse pelas traseiras, para onde dava a janela do seu quarto, para mandar recado, dado que nessa altura eu não tinha telefone em casa.
Claro que 5 minutos depois o rapaz foi libertado, pois a minha madrinha que morava no 7º andar sempre teve chave da minha casa e lá resolveu a situação ahahah
Mas durante algum tempo ambos rimos da cena caricata.